FMI reduz previsões globais de crescimento para 3,5% em 2015 e 3,7% em 2016
Pequim, 20 jan (EFE).- O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu nesta terça-feira suas previsões de crescimento econômico mundial para 3,5% neste ano e para 3,7% em 2016, três décimos a menos, em ambos os casos, que nas estimativas divulgadas em outubro, e nas quais os Estados Unidos são a única grande economia em alta, enquanto o crescimento na zona do euro, no Japão e na China volta a ser menor do que o esperado.
“Novos fatores como os menores preços do petróleo, e a desvalorização do euro e do iene, são mais do que compensados por forças negativas persistentes, entre elas os contínuos legados da crise e um menor crescimento potencial para muitos países”, explicou Olivier Blanchard, economista-chefe do FMI, no relatório “Perspectivas Econômicas Globais”, divulgado hoje em Pequim.
Os Estados Unidos, a maior economia do mundo, veem uma melhora em suas projeções, para 3,6% neste ano e para 3,3% no próximo, cinco e três décimos a mais, respectivamente, do que as previsões de outubro.
Para o FMI, isso se deve “a uma demanda interna amparada pelo barateamento do petróleo, pela moderação dos ajustes fiscais e pelo apoio contínuo de uma orientação flexível da política monetária, apesar do aumento gradual projetado das taxas de juros”.
Por outro lado, na zona do euro, o Fundo detalhou que “o crescimento registrado no terceiro trimestre de 2014 foi ligeiramente mais fraco do que o esperado, em grande medida como consequência da fragilidade dos investimentos”, e observou como riscos “uma inflação e as expectativas inflacionárias que continuam retrocedendo”.
Como consequência, o FMI projeta agora uma expansão na zona do euro de 1,2% para 2015, dois décimos a menos do que em outubro, e de 1,4% para o próximo ano, três décimos a menos que a estimativa anterior.
Além disso, a desaceleração começa a se consolidar nas economias emergentes após anos de forte expansão, devido aos baixos preços das matérias-primas, especialmente do petróleo, e pela diminuição do crescimento chinês.
Segundo os últimos números do FMI, a China deverá crescer 6,8% em 2015 e 6,3% em 2016, uma queda de três e cinco décimos, respectivamente, em relação às projeções de outubro, como reflexo do menor investimento.
Com isso, a América Latina acaba sobressaindo como uma das regiões emergentes mais prejudicadas pelo forte arrefecimento da economia global.
As previsões situam agora o crescimento latino-americano em 1,3% para 2015, nove décimos a menos do que em outubro; e do 2,3% em 2016, cinco décimos a menos. Segundo o Fundo, o Brasil, a maior economia da região, deverá ter uma expansão de apenas 0,3% para este ano. EFE
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