Foram duas ou três perguntas, diz Jorge Picciani após condução coercitiva

  • Por Estadão Conteúdo
  • 30/03/2017 17h45
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Brasília - O presidente da Alerj, Jorge Picciani, durante coletiva sobre o acordo que prevê empréstimos ao Rio de Janeiro de R$ 6,5 bilhões (Valter Campanato/Agência Brasil) Valter Campanato/Agência Brasil Jorge Picciani - abr

O presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Jorge Picciani (PMDB), afirmou nesta quinta-feira, 30, que respondeu a “duas ou três” perguntas ao ser conduzido coercitivamente para depor na Operação Quinto do Ouro, deflagrada na quarta-feira, 29, pela Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF), com foco no Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ).

Segundo o deputado, as perguntas foram sobre a utilização do fundo especial do TCE-RJ, sobre supostos favorecimentos às empresas de ônibus que têm a concessão do transporte público na região metropolitana do Rio e sobre a cobrança de propina, por parte de conselheiros da corte de contas, para autorizar obras do Estado com valor acima de R$ 5 milhões.

“Fiz questão de prestar todos os esclarecimentos. Nada temo”, disse Picciani, em pronunciamento no Plenário da Alerj, na tarde desta quinta-feira.

O deputado falou na abertura da sessão ordinária do Legislativo. Logo após o discurso, na tribuna, e não na cadeira da presidência, Picciani deixou o Palácio Tiradentes, sede da Alerj Os trabalhos seguiram normalmente – os deputados estaduais debatem um projeto de lei sobre desarmamento.

“Fiz esclarecimento sobre o funcionamento do fundo (do TCE) e sobre a tramitação nesta casa”, disse Picciani. Segundo o deputado, os agentes da PF perguntaram se ele conhecia o presidente da Fetranspor-RJ, entidade que representa as empresas de ônibus. “Já veio aqui algumas vezes em debates, mas não tenho nenhuma relação que não seja essa, institucional”, disse Picciani.

O presidente da Alerj disse ainda que não tem conhecimento sobre a cobrança de propina por parte dos conselheiros do TCE-RJ. “Passamos a ter conhecimento (sobre a suposta cobrança por parte dos conselheiros) depois das delações da Andrade (Gutierrez), da Carioca (Engenharia) e da Odebrecht. Essas empresas disseram claramente quem chamou pra cobrar (a propina) e desconheço que tenha sido citado meu nome ou o de alguém nesta casa”, disse Picciani, completando que os acusados eram do Executivo.

O cacique do PMDB fluminense aproveitou para atacar Jonas Lopes, ex-presidente do TCE-RJ, em cujo depoimento em delação premiada foi baseado a Operação Quinto do Ouro. “Esse delator ficou seis anos respondendo ao STJ”, afirmou Picciani, sem especificar quais acusações Lopes teria enfrentado.

O presidente da Alerj elogiou ainda a atuação “profissional, correta e equilibrada” da equipe da PF e do MPF no cumprimento dos mandados contra ele. Além da condução coercitiva, os agentes da PF cumpriram mandado de busca na casa de Picciani e em seu gabinete na Alerj. Picciani criticou, porém, o fato de nem ele nem seu advogado terem tido acesso ao inquérito, que está no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília, por causa da prerrogativa de foro dos investigados. “Se for solicitado de novo, estarei a disposição. Talvez não precisasse ser (condução) coercitiva”, disse Picciani.

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