Fotógrafo é preso na Tailândia por viajar com colete à prova de balas

  • Por Agencia EFE
  • 24/08/2015 08h19

Bangcoc, 24 ago (EFE).- O Clube de Correspondentes Estrangeiros da Tailândia (FCCT) denunciou nesta segunda-feira a detenção de um fotógrafo de Hong Kong no aeroporto de Bangcoc por viajar com colete e capacete à prova de balas, considerados armas ilícitas pelas leis do país.

Hok Chun “Anthony” Kwan, enviado pela Initium Media Technology para cobrir os atentados com bomba da semana passada na capital tailandesa, foi detido quando retornava a Hong Kong e acusado de posse de armas ilegais.

O fotógrafo será julgado em um tribunal militar e pode ser condenado a até cinco anos de prisão por acusações relacionadas com uma lei de 1987 que proíbe a posse de equipamento militar sem licença.

“Os coletes e capacetes utilizados por jornalistas não são armas ofensivas e não deveriam ser tratados como tais”, declarou em comunicado o FCCT, que se mostrou “consternado” pela detenção e pediu que as autoridades retirassem as acusações.

“O uso de coletes e capacetes faz parte da rotina de jornalistas no mundo todo, e é claramente para permitir-lhes fazer seu trabalho em situações de perigo”, acrescentou a organização.

O FCCT lembrou que no passado vários jornalistas morreram por impacto de bala enquanto cobriam manifestações em Bangcoc e que a maioria de organizações exigem a seus profissionais o uso de proteção em locais de risco.

A associação também lembrou que em várias ocasiões instou as autoridades tailandesas a revisar esta lei para permitir que os jornalistas possam comprar, importar e utilizar material de proteção adequado.

O uso de coletes e capacetes por jornalistas foi habitual durante os protestos antigovernamentais prévios ao golpe de Estado de 2014, nos quais morreram pelo menos 28 pessoas, sem que as autoridades tomassem nenhuma ação contra os profissionais. EFE

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