Franceses promovem manifestação silenciosa em homenagem a “Charlie Hebdo”
Ao todo, 700 mil pessoas se manifestaram em silêncio neste sábado em várias cidades da França em repúdio aos atentados jihadistas, com especial lembrança para as 12 vítimas da revista “Charlie Hebdo”, segundo o Ministério do Interior da França.
“700 mil de nossos cidadãos já caminharam hoje em toda França”, disse o ministro Bernard Cazeneuve ao apresentar em entrevista coletiva as “medidas excepcionais” que amanhã acompanharão à manifestação de Paris, que prevê a participação de milhares de pessoas.
Os protestos de hoje em várias províncias francesas se desenvolveram, em geral, em silêncio, muitas vezes acompanhadas por cartazes com a inscrição “Todos somos Charlie”, em homenagem aos mortos no atentado de Paris contra a revista satírica, o primeiro de uma onda inédita de ataques que atingiram à França.
Segundo fontes policiais, em Toulouse foram pelo menos 80 mil presentes, embora outras fontes elevem esse número a 100 mil. Nantes e Marselha também reuniram um grande público com 75 mil e 45 mil participantes, respectivamente, segundo a polícia.
Em geral, todas as convocações concentraram um elevado número de participantes. Foi o caso de Pau, uma cidade de apenas 80 mil habitantes que, segundo a prefeitura, conseguiu reunir cerca de 40 mil pessoas.
Também houve passeatas em solidariedade a “Charlie Hebdo” em Orléans, com 22 mil pessoas; Nice, onde 25 mil se reuniram no Passeio dos Ingleses ao longo da praia; Nantes, com 30 mil; Lille, com 22 mil; e Besançon, com 20 mil, um número nunca visto nessa cidade nas últimas quatro décadas.
Estas manifestações de hoje são prévias à grande manifestação convocada para amanhã a partir das 15h (11h em Brasília) na Praça da República em Paris, que pretende ser uma mostra de unidade no país contra do terrorismo.
A marcha parisiense será liderada pelo presidente francês, François Hollande, que convidou vários dirigentes estrangeiros, como o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron; a chanceler alemã, Angela Merkel; e o presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy.
Hollande pediu ontem a todos os franceses que se somem à passeata de amanhã para defender “os valores da democracia, da liberdade e do pluralismo”.
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