Fundações antiapartheid condenam pouca memória de xenófobos na África do Sul

  • Por Agencia EFE
  • 18/04/2015 08h52

Nairóbi, 18 abr (EFE).- As fundações Nelson Mandela e Ahmed Kathrada afirmaram neste sábado que os ataques xenófobos contra comerciantes africanos estrangeiros que vem ocorrendo na África do Sul refletem a falta de memória dos “anos de luta” contra o regime racista do “apartheid”.

Seis pessoas foram assassinadas nos ataques racistas ocorridos que estão acontecendo há duas semanas na região de Kwazulu-Natal. Milhares de pessoas fugiram desta localidade.

As fundações, que levam o nome de dois dos principais líderes da luta contra o “apartheid”, lamentaram que os sul-africanos estejam “esquecendo os longos anos de luta contra a segregação étnica”, segundo um comunicado divulgado hoje.

“Nos esquecemos do apoio dado pelo povo do continente africano à luta contra o apartheid. Nos esquecemos do legado de líderes do movimento de libertação como Nelson Mandela, Ahmed Kathrada e outros veteranos dessa luta”, afirmou a nota.

Estas organizações pedem a todos os sul-africanos que demonstrem a “hospitalidade que define nossa ordem democrática” e trabalhem “juntos para encontrar soluções para um problema que destrói vidas e envergonha a África do Sul perante o mundo”.

“Encorajamos aqueles que podem comandar a se transformarem em líderes”, para assim acabar com esta situação e atitudes, disse o comunicado.

Durante a noite passada, a polícia tentou conter a onda de violência e os ataques contra estrangeiros em várias zonas da província de Gauteng, onde se localizam Johanesburgo e a capital, Pretória.

Os saques de estabelecimentos administrados por estrangeiros e atos de vandalismo de caráter xenófobo continuam hoje pelo terceiro dia consecutivo nas ruas de várias cidades sul-africanas, e aumenta o mal-estar entre os países de origem dos imigrantes afetados e o governo sul-africano. EFE

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