Ghani prolonga mandatos de deputados e não anuncia data de novas eleições

  • Por Agencia EFE
  • 20/06/2015 09h04
  • BlueSky

Cabul, 20 jun (EFE).- O presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, ordenou neste sábado o prolongamento dos mandatos dos deputados do país até que as eleições legislativas, previstas para ocorrer em abril e ainda sem data estabelecida, sejam realizadas.

A decisão foi chamada de inconstitucional por vários parlamentares. O fim dos mandatos deveria ocorrer na próxima segunda-feira, mas como o pleito ainda não ocorreu, uma ordem presidencial estabeleceu que os deputados “continuem trabalhando até que os resultados dessas eleições sejam anunciados”.

Ghani garantiu que anunciará dentro de um mês o prazo máximo para a realização desse novo pleito. O prolongamento dos mandatos foi tomado após consultas a analistas políticos, parlamentares e membros do Supremo Tribunal do país, disse em comunicado.

O presidente indicou que problemas “técnicos e financeiros”, além da situação de insegurança vivida pelo Afeganistão, provocaram o atraso do pleito. O país também depende do financiamento e do apoio logístico do exterior para realizar esse tipo de votação.

O porta-voz da câmera baixa do Afeganistão, Abdul Rauf Ibrahimi, disse em um discurso aos deputados transmitido por emissoras de televisão locais que os parlamentares queriam a eleição dentro do prazo, mas “o governo fracassou em realizá-la a tempo”.

O deputado Shukria Barakzai, que apoiou Ghani em sua vitória no ano passado, afirmou que o presidente deveria ter anunciado a data antes do fim da legislatura atual e que a decisão “vai contra a Constituição”.

A ordem presidencial é mais um elemento de um contexto de contínuos atrasos no funcionamento político do país e da intensificação da violência nos últimos meses.

As eleições presidenciais do ano passado começaram em abril e se estenderam até setembro, em meio às contínuas denúncias de fraude. Foi necessária a medicação dos Estados Unidos para formar um governo de unidade com Ghani como presidente e seu rival nas urnas, Abdullah Abdulá, como primeiro-ministro.

Ghani anunciou, ao tomar posse, que fecharia os anúncios de sua equipe de governo em 45 dias. O processo ultrapassou os 100 dias porque ele teve que substituir vários nomes rechaçados pelo Congresso. O Ministério da Defesa, por exemplo, ainda está vago.

As diferenças entre o presidente e o primeiro-ministro também atrasam reformas previstas, como as mudanças na comissão eleitoral. EFE

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.