Governo dos EUA debate onde presos ficarão após fechamento de Guantánamo
Washington, 11 ago (EFE).- A Casa Branca e o Departamento de Justiça dos Estados Unidos mantiveram um intenso debate interno para determinar para onde irão alguns dos detentos da prisão da Base Naval de Guantánamo, em Cuba, uma vez que o local seja fechado, informou nesta terça-feira o “The Washington Post”.
Segundo fontes oficiais consultadas pelo jornal, o Departamento de Justiça declinou da possibilidade de a prisão federal de segurança máxima de Thomson, em Illinois, ser uma opção para enviar alguns presos que não recebam o sinal verde para ser repatriados.
O governo federal adquiriu a prisão em 2012, das mãos do governo do estado de Illinois, com a ressalva de não receber internos de Guantánamo, algo que o então procurador-geral, Eric Holder, se comprometeu pessoalmente em uma audiência do Senado.
A Casa Branca informou que está finalizando um plano, que apresentará ao Congresso, para fechar definitivamente a penitenciária de Guantánamo, um limbo legal criado em 2002 para transferir suspeitos de terrorismo que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, prometeu fechar logo após chegar ao poder em 2009.
Ao descartar a possibilidade de realizar transferências de presos à Thomson, a Casa Branca contempla a alternativa de utilizar as instalações de uma base naval em Charleston, na Carolina do Sul.
No entanto, o senador pela Carolina do Sul, Lindsey Graham, uma das vozes mais importantes em assuntos militares e relações exteriores, se opôs a esse caminho por se tratar de instalações perto de regiões povoadas e de infraestruturas vitais.
Dos 116 detidos que estão na base naval americano em território cubano, 52 receberam o sinal verde para obter a liberdade condicional, enquanto o problema está nos outros 64.
Caso Guantánamo feche de fato, será determinado quem deve ser processado em tribunais militares e quem seguirá em custódia americana sem julgamento sob as leis de guerra (uma opção contemplada para aqueles que poderiam ficar em liberdade por ter confessado sob tortura, mas que continuam sendo considerando perigosos).
O governo de Obama enfrenta a difícil tarefa de convencer também o Congresso, dominado pela oposição republicana, que se mostrou contrário a trazer a território americano terroristas que foram acusados, entre outros motivos, de fazer parte do plano dos atentados de 11 de setembro de 2001. EFE
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