Governo mantém previsão de queda de 4,7% para o PIB em 2020

Índice é o mesmo apresentado pelo Ministério da Economia desde maio; inflação é estimada em 1,83%, abaixo do centro da meta

  • Por Gabriel Bosa
  • 15/09/2020 11h01 - Atualizado em 15/09/2020 12h03
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Porto de Santos - Divulgação Porto de Santos Recessão causa pela Covid-19 impactou o país enquanto economia ainda se recuperava da crise de 2016

O Ministério da Economia manteve em 4,7% a previsão de queda do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, e alta de 3,2% em 2021, segundo o boletim macro fiscal divulgado pela Secretaria de Política Econômica (SPE) nesta terça-feira, 15. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação no país, está projetada em 1,83% neste ano, e 2,94% em 2021. A projeção de queda da economia é a mesma divulgada pelo governo federal desde maio. Na avaliação da SPE, os indicativos apontam a recuperação das atividades no segundo semestre em meio à pandemia do novo coronavírus, ante o recuo histórico de 5,9% nos primeiros seis meses do ano em relação a igual período de 2019. ” Na projeção para o 3º trimestre, espera-se que a indústria, agropecuária e comércio sejam os principais motores para a retomada. Na estimativa do 4º trimestre, esperamos que o impulso para a recuperação virá pela retomada mais vigorosa dos demais serviços, que foram duramente afetados pela pandemia”, informa a SPE.

A equipe econômica projeta retração de queda de 4,9% para o PIB no terceiro trimestre, variação de positiva de 7,3% em relação ao segundo trimestre
de 2020, quando a economia retraiu 9,7%, a maior da história para o período de três meses. Em julho, as vendas no varejo cresceram 5,2% ante o mês anterior, e nos últimos três meses acumulam alta de 8,7%, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na semana passada. Já o setor de serviços — o maior empregador do país e responsável por 70% do (PIB) —, apresentou alta de 2,6% em julho, o segundo mês consecutivo de resultados positivos. Segundo a equipe econômica, os indicadores apontam para a recuperação em “V”, quando há queda brusca, seguida de rápida retomada. “O setor de serviços teve um piso em maio, ao contrário dos outros setores, que tiveram piso em abril. Os dados apresentam indicadores mais fortes, e a partir de outubro o setor de serviços vai vir mais forte, liderando o PIB do quatro trimestre”, afirmou o secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida.

A inflação para 2020 é projetada em 1,83% abaixo do centro da meta de 4% estipulada pelo Banco Central, com variação entre 2,5% e 5,5%. “No primeiro semestre de 2020, a inflação tinha se mostrando bastante comportada, em grande parte reflexo da atividade mais restrita devido às consequências do enfrentamento à pandemia. Todavia, no segundo semestre, a inflação tem dado sinais de aceleração, com mais intensidade nos índices ao produtor e de atacado, mas que também já se reflete nos índices de alimentos ao consumidor, embora em menor intensidade”, informou a equipe econômica. Para 2021, o IPCA é projetado em 2,94%. A previsão do IGP-DI, que mede o comportamento dos preços, para este ano é de 13%. Em maio, a expectativa era de 4,49%. Segundo Fausto José Araújo Vieira, subsecretário de Política Macroeconômica, o salto é justificado pelo aumento acumulado de alimentos nos últimos meses. O IPA Agrícola teve alta, e a elevação dos preços, principalmente dos alimentos é localizada. Outros grupos mostraram tendência declinante”, afirmou.

 

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