Governo venezuelano desaloja acampamentos de protesto e detém 243 pessoas
Caracas, 8 mai (EFE).- Quatro acampamentos instalados em diversos pontos do leste de Caracas em protesto contra o governo venezuelano foram desalojados na madrugada desta quinta-feira e 243 pessoas estão detidas, informou o ministro do Interior, Miguel Rodríguez.
“Os quatro lugares onde permaneciam esses acampamentos de onde saíam para cometer atos violentos e depois se camuflavam lá dizendo que eram apenas protestos pacíficos já foram levantados”, informou Rodríguez através da televisão estatal, desde o que ficou do principal acampamento frente à sede da ONU em Caracas.
“Aqui na (avenida) Francisco de Miranda (…) de maneira 0surpreendente pôde-se recolher o acampamento e se expropriaram drogas, armas, explosivos, morteiros”, disse o ministro sobre a operação iniciada nos quatro lugares às 3h locais (4h30 de Brasília).
O titular da pasta afirmou que nesse local de acampamento, no município de Chacao, onde um grupo de estudantes reivindicava à ONU o envio de uma missão à Venezuela, se deteve o responsável pelo incêndio de uma unidade da Guarda Nacional Bolivariana (GNB-Polícia Militar) há poucos dias.
Rodríguez afirmou que com os 243 detidos se iniciará um “processo de classificação” para avaliar “quem deve ser apresentado ou não ao Ministério Público e aos tribunais”.
Ramón Muchacho, prefeito de Chacao, onde estavam instalados dois desses acampamentos, incluindo o que ficava em frente à sede da ONU, informou no Twitter que “aproximadamente 700 funcionários da GNB praticaram despejo na Torre HP, e 200 funcionários da PNB (Polícia Nacional Bolivariana) fizeram-no na Praça Bolívar”.
O líder estudantil Juan Requesens também opinou através do Twitter, onde afirmou que após essas detenções: “Terão que preparar celas maiores, os estudantes seguiremos lutando por nossos direitos”.
“Atuam às 3h da madrugada em uma emboscada clara a nossos companheiros. O Movimento Estudantil se mantém nas ruas!”, defendeu e exigiu “a libertação de todos, já!”, em outro tweet. EFE
aa/tr
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