Grupos jihadistas aterrorizam cidade na Líbia, denuncia HRW

  • Por Agencia EFE
  • 27/11/2014 10h49
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Trípoli, 27 nov (EFE). – As milícias jihadistas que controlam a cidade litorânea de Derna, na Líbia, aterrorizam os moradores com execuções sumárias e flagelações diárias, denunciou nesta quinta-feira a organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW).

“As milícias extremistas que controlam Derna à revelia de qualquer autoridade do Estado produziram um reino de terror contra os moradores da cidade”, advertiu em comunicado a diretora da HRW para o Oriente Médio e o norte da África, Sarah Leah Whitson.

De acordo com ela, os líderes jihadistas devem ter consciência que podem enfrentar perseguição nacional ou internacional pelas graves violações de direitos humanos que cometem. Sarah ressaltou que a ONG documentou três execuções sumárias e dez flagelações públicas cometidas pelo Islamic Youth Shura Council (ou Conselho da Shura dos Jovens do Islã), grupo extremista que controla Derna e que jurou lealdade ao Estado Islâmico (EI), ativo na Síria e no Iraque.

A HRW registrou ainda a decapitação de três habitantes de Derna e uma dezena de assassinatos, aparentemente por motivos políticos, de personalidades públicas, juízes, membros das forças armadas, entre eles mulheres.

Citado no relatório da HRW, um ex-morador de Derna, que fugiu da cidade em outubro, depois de receber ameaças por falar contra o grupo, descreveu que a localidade está “totalmente sob o controle de extremistas”.

Violentos combates acontecem desde maio no leste da Líbia (Benghazi, Derna e arredores) entre as forças leais ao general Khalifa Hafter e milícias islamitas, como as radicais “Ansar al-Sharia” (“Defensores da lei Islâmica”) e o Conselho da Shura, e a moderada “Brigada dos Mártires de Abu Salim”.

A crise da Líbia remonta à queda do antigo regime de Muammar Kadafi, em 2011. Desde então, as autoridades provisórias fracassaram no restabelecimento da ordem e da segurança no país, o que reforça as milícias locais na tentativa de impor sua vontade pela força. EFE

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