Guedes descarta prorrogação do auxílio emergencial para 2021

Em conversa com jornalistas, ministro negou articulações para extensão dos benefícios atrelados ao estado de calamidade causado pelo novo coronavírus

  • Por Jovem Pan
  • 07/10/2020 16h06 - Atualizado em 07/10/2020 16h36
Edu Andrade/Estadão Conteúdo Paulo Guedes é o atual ministro da Economia do Brasil Ministro afirmou que o governo vai lançar o novo Bolsa Família ao fim do auxílio emergencial

O ministro da Economia, Paulo Guedes negou que o auxílio emergencial e o estado de calamidade serão estendido para 2021. Em conversa com jornalistas nesta quarta-feira, 7, o ministro afirmou que não há articulação para a prorrogação das ações adotadas pelo governo federal para mitigar os impactos do novo coronavírus na economia. A informação foi confirmada pela assessoria do ministério. Segundo o chefe da equipe econômica, as medidas serão mantidas até dezembro, conforme havia sido anunciado oficialmente pelo Planalto. “O estado de calamidade pública vai até o fim de dezembro. E no fim de dezembro acabou tudo isso. Ponto. Não tem prorrogação, não tem nada disso”, afirmou Guedes.

Em uma postagem no Twitter, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), compartilhou uma notícia que informa o anúncio de Guedes e escreveu que esta é a mesma posição adotada pela Câmara dos Deputados. O auxílio emergencial foi instituído em abril para o fortalecimento de renda de trabalhadores informais em meio à pandemia da Covid-19. O projeto previa o pagamento de parcelas de R$ 600 e R$ 1,2 mil por três meses, mas foi prorrogado em junho para mais duas parcelas com os mesmos valores. Em agosto, o governo anunciou uma nova extensão do benefício até o fim do ano, mas com valores reduzidos pela metade. Até o fim de setembro, a União pagou R$ 213,8 bilhões do benefício para 67,2 milhões de brasileiros.

A criação do Renda Cidadã é a principal aposta do governo Bolsonaro para a área social no próximo ano. Anunciado com um valor mais alto e com maior abrangência do que o Bolsa Família, o projeto foi idealizado para estrear em janeiro, com o término do auxílio emergencial. A proposta é que o programa com a digital da atual gestão pague R$ 300 por pessoa, o mesmo valor do benefício dado aos informais atingidos pela crise do novo coronavírus, e acima dos R$ 190 pagos pelo projeto criado no governo petista. A medida é prevista para atingir 8 milhões de pessoas a mais do que os aproximadamente 14,3 milhões de beneficiados do Bolsa Família.

O financiamento do sistema é o principal entrave das discussões. Na semana passada, o governo recebeu uma enxurrada de críticas após anunciar que o Renda Cidadã seria patrocinado com recursos destinados ao pagamento de precatórios e ao Fundeb. A medida virou munição para a oposição e influenciou na disparada do dólar em meio à desconfiança do rompimento de teto de gastos. A repercussão fez o governo recuar e Guedes chegou a afirmar que o novo programa não seria sustentado por um “puxadinho”. Nesta segunda-feira, 5, o senador Márcio Bittar (MDB-AC), relator da PEC que inclui a criação do Renda Cidadã, afirmou que a nova versão do texto deveria ser apresentada na quarta, 6. O anunciou, porém, foi adiado pra a próxima semana diante da falta de consenso entre a equipe econômica e os parlamentares sobre a origem do dinheiro.

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