Houthis aceitam cessar-fogo de cinco dias proposto por Arábia Saudita

  • Por Agencia EFE
  • 14/05/2015 16h03

Sana, 10 mai (EFE).- O movimento xiita dos houthis aceitou neste domingo o cessar-fogo humanitário de cinco dias proposto pela Arábia Saudita e que começará a valer na terça-feira no Iêmen.

Em comunicado, o porta-voz do exército leal aos houthis, coronel Galib Luqman, afirmou o “respeito aos esforços de alguns países para desbloquear o brutal assédio”, e declarou concordar com a trégua.

Ele acrescentou na nota, publicada pela agência estatal de notícias “Saba” que sua aceitação representará “permitir a chegada de navios comerciais aos portos iemenitas e a abertura do caminho para o acesso da ajuda humanitária” ao país. Na sexta-feira, Riad propôs oficialmente o início na terça-feira de um cessar-fogo no Iêmen que terá um caráter humanitário, para permitir a entrada de ajuda no país.

A duração da trégua em princípio é de cinco dias, mas poderia ser renovada caso os houthis cessam a violência e interrompam o movimento de tropas e armamento, segundo as autoridades sauditas, que lideram a coalizão árabe que bombardeia os rebeldes.

Luqman lembrou que o movimento xiita “apelou e exigiu” anteriormente que fosse permitida a entrada ao Iêmen de material médico, alimentos e combustível, e alertou que “rejeitar seu acesso” é contrário as convenções e normas internacionais. Ele advertiu ainda que “qualquer descumprimento militar da trégua” por parte dos terroristas da Al Qaeda e seus leais “terá resposta” dos comitês populares e as forças houthis.

Por sua vez, o escritório política dos houthis afirmou hoje que o grupo está disposto a responder “a todos os esforços, chamadas ou passos sérios que têm como objetivo aliviar o sofrimento dos iemenitas e facilitar o movimento de ajudas, provisões e embarcações até o Iêmen”. O órgão político dos houthis, também conhecidos como Ansar Alá, acusou em seu comunicado à coalizão árabe de dificultar a chegada de ajuda humanitária aos afetados no Iêmen.

“Asseguramos que a agressão impede a chegada de muitos navios com remédios e comida ao povo iemenita”, destacou a nota.

A situação humanitária no Iêmen, que por si só já é complicada, está sendo agravada pelos ataques aéreos da coalizão, assim como pelas dificuldades das organizações internacionais de levar ajuda ao país.

O conflito se transformou em um dos mais preocupantes para a Organização das Nações Unidas (ONU) pela possibilidade de que haja uma escalada armada na região devido à interferência estrangeira na guerra entre os rebeldes houthis e os leais ao presidente iemenita, Abdo Rabbo Mansour Hadi. EFE

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