IBGE: atraso escolar diminui, mas ainda atinge 26,4% dos alunos do Ensino Médio

  • Por Estadão Conteúdo
  • 02/12/2016 12h29
  • BlueSky
Salvador- BA- Brasil- 25/07/2016- As escolas estaduais estão intensificando as atividades na preparação dos estudantes para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que acontece 5 e 6 de novembro deste ano. No Colégio Estadual Ruben Dário, no bairro de San Martin, em Salvador, a semana será de simulados. Para abranger todas as áreas do conhecimento, as provas começaram nesta segunda-feira (25) e prosseguem até quinta (28), oportunizando aos alunos do 3º ano do Ensino Médio e da Educação Profissional vivenciar situações semelhantes às do dia da avaliação. Com o sonho de cursar Medicina, Leonardo Alves, 17 anos, destaca que o simulado contribui para aumentar a sua confiança. “Podemos avaliar nosso conhecimento e rever os pontos que precisamos melhorar. Também temos o apoio dos professores, que são bastante solícitos. Por meio de grupos online, realizamos uma troca de temas e assuntos que estão em mais evidência no momento. Isso nos deixa ainda mais preparados”. Entusiasmado com a possibilidade de cursar Engenharia Química, Wallace Santos, 18, afirma que o aluno não pode se contentar apenas com o que aprende na sala de aula. “Estamos tendo a oportunidade de aperfeiçoar o nosso conhecimento com diversas atividades. Além da escola, os colegas se reúnem em grupos de estudo para podermos já obter, nos simulados, um bom resultado, nos capacitando a realizar uma boa prova do Enem”. O professor de Língua Portuguesa, Antônio Almeida, diz que o suporte da unidade escolar é fundamental para o bom desempenho do estudante. “Fazemos um trabalho sempre visando o que é aplicado no exame. Com certeza, estas atividades dão uma maior oportunidade aos nossos alunos e os estimulam a concorrer em situação de igualdade com qualquer candidato. Além do simulado, a escola realiza as Olimpíadas de Matemática e Português, assim como o Clube de Leitura, desenvolvendo a interpretação de texto”. A Secretaria da Educação disponibiliza par Suami Dias/GOVBA Ensino Médio

A chamada distorção idade-série, ou seja, a proporção de estudantes com idade dois anos ou mais acima da esperada para a série em que estão matriculados, foi reduzida entre 2005 e 2015 de 36,9% para 26,4% na faixa etária dos 15 aos 17 anos, que corresponde ao Ensino Médio. A informação é da Síntese de Indicadores Sociais, que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga nesta sexta-feira (2).

O índice chega a 36,4% no Nordeste e é mais dramático entre os mais pobres – que recebem o primeiro quinto de renda – (40,7%), moram em áreas rurais (40%) e são pretos ou pardos (31,4%). Na rede pública, a defasagem é 3,6 vezes maior do que na particular.

Dados de 2012 do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), realizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), indicam que 36,1% os estudantes brasileiros de 15 anos ou mais que tinha repetido ao menos um ano na escola, o que coloca o País atrás de países como México e Indonésia (ambos com 15,5%) no ranking mundial.

Os adolescentes que estão fora da escola chegam a 15%. A escolaridade média da população de 25 anos ou mais aumentou de 6,5 anos de estudo para 7,9 na década em questão. 

O IBGE compara com dados do Chile: o país alcançou 7,3 anos de estudo em 1985 – o número deve ser relativizado por conta da pequena população do país, hoje estimada em 17 milhões de habitantes, enquanto o Brasil tem 204,9 milhões.

Em relação ao ensino superior, a série história revela o impacto das políticas governamentais para a democratização do ingresso na faculdade, como o ProUni, de concessão de bolsas de estudos, que passou a vigorar em 2005. Naquele ano, a taxa de frequência na graduação entre pretos e partos era de 5,5%; em 2015, havia passado para 12,8%.

Nas faculdades públicas, em 2005 apenas 0,9% dos estudantes pertenciam ao grupo dos 20% mais pobres da população; em 2015, eram 8,3%. Já a presença dos 20% mais ricos foi reduzida de 52,1% para 35,7% neste período. 

A Síntese é feita pelo IBGE desde 1998. Esta edição utilizou números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2015 e do Censo de 2010, entre outras publicações, e trouxe dados relativos a demografia, famílias, educação, trabalho, distribuição de renda e domicílios. O objetivo da síntese é traçar um perfil das condições de vida da população.

Trabalho infantil

Verificou-se a redução do trabalho infantil de 2005 a 2015 na população de 10 a 13 anos: a taxa passou de 9,3% para 2,7%. Nas áreas rurais, baixou de 26,9% para 8%.

Gravidez na adolescência

Outro dado é relativo à gravidez na adolescência. O Brasil tem índices próximos aos da América Latina e longe dos número da América do Norte: entre 2005 e 2015, os registros baixaram de 76,3 para 59,4 filhos a cada mil adolescentes de 15 a 19 anos; na América Latina é 66,5; na América do Norte, 28,3 por 100 mil.

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.