Kassab evita comentar mudanças no Ciência sem Fronteiras

  • Por Estadão Conteúdo
  • 26/07/2016 15h28
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Brasília - O ministro das Cidades, Gilberto Kassab, participa da campanha “Stop the Crash”, da Global NCAP (Elza Fiuza/Agência Brasil) Elza Fiuza/Agência Brasil Gilberto Kassab

O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, evitou nesta terça-feira, 26, comentar mudanças no Ciência sem Fronteiras (CsF), mas reconheceu que, diante da conjuntura econômica do País, “está se buscando mais eficiência para o programa”.

“A gestão do Ciência sem Fronteiras é da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e afeta o MEC (Ministério da Educação), portanto, seria inadequada uma manifestação minha formal”, disse após reunião com o presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), e o ministro da Educação, Mendonça Filho, que não participou da entrevista.

Nesta segunda-feira, 25, o MEC anunciou que vai deixar de conceder bolsas de intercâmbio a estudantes brasileiros de graduação pelo programa e que ele será retomado com foco no ensino de línguas, “incluindo jovens pobres já no ensino médio matriculados em escolas da rede pública e estudantes de pós-graduação”.

“Posso dizer que acompanho o tema e é público que o programa passa por uma avaliação no sentido de aperfeiçoar a eficiência e acredito que nossa assessoria de imprensa poderá encaminhar (as perguntas dos jornalistas na entrevista) para que o MEC possa dizer o que tem sido debatido internamente”, comentou Kassab. “Mas é público que, diante da conjuntura econômica do País, está se buscando mais eficiência para o programa.”

Em nota, a Capes informou que as concessões de bolsas foram finalizadas em 2014, conforme previsão inicial, e que atual gestão já encontrou a primeira fase do programa finalizada, sem recursos novos ou orçamento para sua continuação.

“Por decisão do ministro, o programa será retomado com novo enfoque. A Capes planeja a retomada do Ciência sem Fronteiras com foco no ensino de idiomas, no País e no exterior, estruturado de forma a incluir jovens pobres do ensino médio matriculados em escolas públicas”, diz o texto. “Haverá ênfase em bolsas de pós-graduação para mobilidade de estudantes, professores e pesquisadores, com participação mais ativa das instituições de ensino superior nos processos de internacionalização.” 

A pasta declarou que a mudança de foco “proposta é exclusiva para intercâmbio de graduação”. “As bolsas de pós-graduação (doutorado e pós-doutorado, atração de jovens cientistas) permanecem e, dentro do limite financeiro disponível, poderão até ser ampliadas.”

O MEC informou ainda que incrementou em 20,9% o orçamento do Ciência sem Fronteiras, a partir de crédito suplementar, passando de R$ 1,4 bilhão para R$ 1,8 bilhão, “o que garante a continuidade do pagamento dessas bolsas”.

“O governo reitera a importância da iniciativa e vê como necessária a reformulação do programa, para contribuir com o processo de internacionalização do ensino superior e da ciência, tecnologia e inovação no Brasil.”

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