Kremlin reconhece presença de tropas russas na fronteira
Moscou, 19 abr (EFE).- O Kremlin reconheceu a presença de tropas russas na fronteira com a Ucrânia, embora tenha negado que influam nos fatos no leste da Ucrânia, onde milícias pró-russas se sublevaram contra o governo de Kiev.
“Afirmar que estas tropas (russas) têm alguma relação ou exercem alguma influência nos fatos no leste da Ucrânia é absolutamente incorreto”, assegurou na noite de sábado Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin, em uma entrevista ao “Primeiro Canal” da televisão russa.
Peskov ressaltou que “há tropas nas regiões fronteiriças com a Ucrânia, algumas delas enviadas de maneira permanente e outras são reforços à vista do que ocorre na mesma Ucrânia”.
O porta-voz do presidente russo, Vladimir Putin, disse que na Ucrânia aconteceu um golpe de Estado, motivo pelo qual qualquer país teria tomado “medidas especiais de prevenção para garantir sua segurança”.
E lembrou que a Rússia, ao que o Ocidente acusa de instigar a sublevação no leste da Ucrânia, como país soberano, pode desdobrar tropas sem limite alguma em qualquer ponto de seu território.
Por sua vez, qualificou de “positivo” o diálogo em Genebra (entre Ucrânia, Rússia, EUA e a União Europeia) e de “difícil exame” a aplicação dos acordos fechados na quinta-feira para estabilizar a situação no sudeste da Ucrânia.
O governo ucraniano assegura que começou a aplicar o acordo de Genebra e se manifestou disposto a aumentar as competências das regiões e a reconhecer o status oficial da língua russa, como pedem os pró-russos.
Enquanto isso, as milícias se negam por enquanto a depor as armas e desalojar os prédios oficiais na região de Donetsk, e põem como condição que os ultranacionalistas de Kiev também sejam desarmados e que o Maidan seja desmantelado. EFE
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