Lei que permite a farmácias dar vacinas divide especialistas
Nova lei que permite comercialização e aplicação de vacinas por drogarias divide médicos e farmacêuticos.
Nota do Conselho Regional de Farmácia ressaltou que o setor poderá dispor de vacinas que atendam o perfil epidemiológico da região demográfica.
Para o presidente do CRF, Pedro Menegasso, a norma significa um avanço à população e um grande passo na saúde pública.
Menegasso explica que agora a farmácia passa de ponto comercial a estabelecimento de saúde, com responsabilidade sobre a vida do paciente:
“A farmácia tem que dar agora um atendimento com qualidade, com profissionalismo”, analisou. “Com esse aumento da responsabilidade do estabelecimento, lhe é permitido fazer atuação em outras áreas de saúde, como aplicar vacina”, comemorou o presidente do Conselho Regional de Farmácia.
Por outro lado, membro do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, Caio Rosenthal, criticou duramente a lei, em entrevista a repóter Renata Gaspari.
O médico alerta que o paciente pode correr sério risco, uma vez que farmácias não têm estruturas hospitalares para casos de reações graves às vacinas.
Para Rosenthal, a tendência deveria ser o oposto: “tirar (a responsabilidade) das farmácias, que não têm amparo médico, e mandar para os hospitais”.
Conselheiro do CRM e médico infectologista, Rosenthal lembra que é raríssimo ocorrer uma reação mais grave às vacinas, mas completa: “se for uma vida colocada em risco, essa resolução não faz sentido”.
A lei federal 13.021 ainda precisa ser regulamentada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Se aprovada, a Anvisa deve determinar data de início de atendimento e maneiras de aplicação: por receita médica ou carteira de vacinação.
Renata Gáspari e Claudia Gouvêa
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