Mali cria comitê de crise para conter ebola; presidente pede calma à cidadãos

  • Por Agencia EFE
  • 25/10/2014 11h39
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Bamaco, 25 out (EFE).- O governo de Mali criou um comitê interministerial de crise após a morte de uma menina de 2 anos por ebola na sexta-feira, o primeiro caso registrado no país, e lançou uma campanha de conscientização na mídia para multiplicar as medidas preventivas.

Em entrevista à emissora francesa “Radio France Internationale”, o presidente Ibrahim Boubacar Keita pediu à população “calma e serenidade” para enfrentar a doença.

“Faremos tudo o possível para evitar o pânico”, disse Keita, que excluiu totalmente a hipótese de fechar a fronteira do Mali com a Guiné, um dos focos do vírus e de onde veio a menina morta.

Keita considerou o caso da menina como uma “imprudência”. Ao saber da morte do pai na Guiné, possivelmente por ebola, a menina viajou de Kayes, no Mali, até o país vizinho, acompanhada por sua vó. As duas retornaram, primeiro passando por Bamaco e depois chegaram à cidade natal.

No trajeto de volta, a menina passou mal em um ônibus público, apresentando febre e sangrando pelo nariz. Assim que chegou ao Hospital de Kayes, os médicos suspeitaram que ela sofria de ebola. Testes foram feitos e enviados a Bamaco, que confirmou a existência do vírus no dia 23. A menina morreu no dia seguinte.

Cerca de 50 pessoas que tiveram contato direto com ela, tanto em Bamaco como em Kayes (entre eles 11 parentes e 10 integrantes da equipe médica), foram postas em observação em um lugar seguro, conforme fontes do Ministério da Saúde do Mali, que garante que todos apresentam uma evolução adequada.

As escolas de Kayes estão fechadas desde a revelação do caso.

O país já recebeu alguns kits de proteção enviados pela China e lançou uma campanha educativa no rádio e na televisão para multiplicar as medidas preventivas.

Entre elas estão orientações para evitar o contato com animais selvagens e a divulgação de números de telefones para que os cidadãos informem sobre qualquer suspeita de ocorrência da doença às autoridades.

Além disso, o governo obrigará que as companhias de transportes façam listas de passageiros e destinos. Elas também terão que oferecer produtos desinfetantes nos meios públicos de transporte.

As novas medidas se somam aos controles térmicos que já estão sendo praticados nos aeroportos malineses, assim como outras ações de verificação alfandegária, o que fizeram a Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhecer “a reação rápida” das autoridades do país.

Hoje, a OMS atualizou os números do ebola. São 10.141 infectados em todo o mundo, com 4.922 mortes registadas.

O Mali comunicou à OMS que precisa de formação em prevenção e controle de infecções, equipamentos de proteção individual, assistência para rastrear os contatos e para realizar uma investigação completa sobre o caso da menina.

Uma equipe composta por especialistas da OMS e do Centro de Prevenção de Doenças dos Estados Unidos já se encontra no Mali ajudando o setor sanitário do país a implantar ações para conter a doença se fosse registrado um caso “importado”, assim como ocorreu. EFE

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