Manifestantes protestam contra demolição de casas em comunidade próxima ao Maracanã

  • Por Agencia Brasil
  • 07/01/2014 14h20

Vinícius Lisboa
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Dezenas de pessoas protestam neste momento contra a demolição de casas da Comunidade do Metrô, que fica às margens da Avenida Radial Oeste e próxima ao Estádio Jornalista Mário Filho (Maracanã), na zona norte do Rio. O trabalho de demolição está sendo feito pela prefeitura para que seja construído um parque no local. Os moradores denunciam que, se saírem das casas, terão que ir para abrigos da prefeitura, e reivindicam o pagamento de aluguel social.

Durante o protesto, os manifestantes chegaram a fechar a Avenida Radial Oeste, uma das principais vias de ligação entre a zona norte e o centro da cidade, e colocaram fogo em pedaços de madeira. Houve confronto entre manifestantes e policiais, que usaram spray de pimenta e bombas de gás lacrimogêneo. Neste momento, apenas uma faixa no sentido zona norte continua interditada, mas a todo momento os manifestantes tentam fechar novamente a via.

Segundo o subprefeito da zona norte, André Santos, os manifestantes não têm direito a aluguel social ou a indenização porque invadiram casas que já haviam sido desocupadas pela prefeitura nos últimos quatro anos. Ele explica que os moradores originais já foram contemplados com aluguel social ou com imóveis do Programa Minha Casa, Minha Vida.

Desde 2010, a prefeitura já demoliu cerca de 400 dos 600 imóveis que existiam no local. As demolições devem ser concluídas em um mês. O local está tomado por entulhos, casas parcialmente demolidas, esgoto a céu aberto e valas. Os moradores atuais, no entanto, foram avisados somente no momento da derrubada dos imóveis de que deveriam sair.

Uma moradora, que se identificou apenas como Maria, de 58 anos, conta que se mudou há pouco tempo para uma das casas desocupadas porque o filho ficou desempregado. Eles moravam de aluguel e, sem emprego, o filho e a nora não puderam mais pagar pelo imóvel. “A gente não tem mais para onde ir agora. Ou a gente fica aqui ou vai para debaixo da ponte”, diz.

Edição: Davi Oliveira

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