Média salarial mundial aumentou 2% em 2013

  • Por Agencia EFE
  • 04/12/2014 23h11

Genebra, 5 dez (EFE).- A média mundial de salários aumentou 2% em 2013, um ponto percentual a menos que os reajustes registrados nos anos que precederam a crise econômica, revelou nesta quinta-feira o Relatório mundial sobre Salários da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Todas as estatísticas sobre crescimento de salários que constam no texto estão em termos reais, ou seja, ajustadas de acordo com a inflação.

Mas os salários ainda precisam recuperar os níveis anteriores à crise, já que em 2006 e 2007 o crescimento rondava os 3%.

O modesto aumento dos salários em nível mundial no ano passado foi impulsionado pelas economias emergentes, onde os salários subiram 6,7% em 2012 e 5,9% em 2013.

Por outro lado, o crescimento médio dos salários nas economias desenvolvidas oscilou em torno de 1% por ano a partir de 2006, e desde então foi retrocedendo até chegar a somente 0,1% em 2012, e 0,2% em 2013.

Apesar do aumento nos países em desenvolvimento, o relatório – baseado em dados de 185 países – constata grandes diferenças entre uma região e outra.

Por exemplo, em 2013, os salários cresceram em média 6% na Ásia e 5,8% na Europa Oriental, mas só 0,8% na América Latina e no Caribe.

Em relação à produtividade laboral – o valor dos bens e serviços produzidos por cada trabalhador – ela continua sendo superior ao aumento dos salários nos países desenvolvidos.

O crescente desajuste entre salário e produtividade se traduziu em uma proporção cada vez menor do PIB destinado ao trabalho. Essa tendência representa que os trabalhadores estão obtendo uma parte menor do crescimento econômico, e os proprietários do capital, maiores lucros.

Os salários são a principal fonte receita das famílias nos países desenvolvidos, emergentes e em desenvolvimento, principalmente para a classe média.

Nas economias em desenvolvimento, onde o trabalho autônomo é mais frequente, a contribuição dos salários à receita familiar é geralmente mais baixa, oscilando entre 50 e 60% em Brasil, México, Rússia, Argentina, e Chile; 40% no Peru; e 30% no Vietnã.

Na maioria dos países onde a desigualdade aumentou, como nos Estados Unidos e na Espanha, as mudanças nos salários e no emprego foram o fator dominante, comprovou o relatório.

Do lado oposto estão os países onde a disparidade de receita diminuiu, como Brasil, Argentina e Rússia, em que maiores salários e oportunidades de emprego impulsionaram a redução da desigualdade. EFE

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