Meirelles diz que recuperação pode ser mais rápida e surpreender analistas

  • Por Estadão Conteúdo
  • 17/06/2016 21h25
  • BlueSky
Brasília - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, detalha a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita os gastos públicos, em coletiva no Palácio do Planalto (Marcelo Camargo/Agência Brasil) Marcelo Camargo/Agência Brasil Henrique Meirelles

A profunda crise econômica do Brasil pode ser superada mais rápido do que muitos analistas esperam, mas uma eventual recuperação pode vir com crescimento lento, de acordo com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Meirelles afirmou que uma taxa de crescimento sustentável e não inflacionista para economia brasileira seria em torno de “2% a 2,5%”, muito mais lenta que a taxa recorde de 7,6% observada em 2010, apesar de uma forte reversão da atual contração econômica. 

O ritmo da recuperação depende da aprovação no Congresso de uma emenda constitucional que pode limitar o crescimento dos gastos do governo nas próximas duas décadas, uma medida que melhoria a previsibilidade e atrairia investimentos, segundo o ministro, que manifestou confiança de que os deputados apoiarão seu plano.

“É muito claro para os políticos que a situação é insustentável”, disse Meirelles em Brasília. “Os eleitores estão desempregados ou com medo de perder o emprego” afirmou. “Passar a reforma é a única forma de trazer os empregos de volta.” 

O plano de limitação de gastos foi bem recebido por analistas preocupados com o déficit orçamentário de 10,1% do Produto Interno Bruto (PIB) – 2,5% maior do que quando Dilma Rousseff assumiu, em 2011. 

A economia brasileira pode ultrapassar temporariamente a estimativa de crescimento de Meirelles por “um ou dois anos”, com a aceleração da economia, e uma recuperação pode vir mais rápido do que pensam muitos analistas, dada a capacidade ociosa do país, segundo o próprio ministro. 

“Existem trabalhadores qualificados que estão desempregados”, afirmou. 

Mas poucos acreditam que seu desafio será fácil. A maior economia da América Latina está no meio de uma recessão profunda, que já apagou milhões de empregos. 

O recuo econômico está coincidindo com uma profunda crise política. Recentemente, o presidente em exercício Michel Temer foi envolvido em um escândalo de corrupção na Petrobras por um delator. Temer nega as acusações. 

O peemedebista indicou Meirelles para a Fazenda com o intuito de implementar uma agenda amigável aos negócios, que inclui restringir o déficit orçamentário e aliviar a carga das dívidas.

O ministro da Fazenda disse que está tentando não pensar nos acontecimentos políticos e apenas toca as reformas que julga necessárias. Ele disse estar relutante em implementar aumento de impostos para melhorar a situação Fiscal do País, uma opção que seus antecessores estavam tentando aprovar no Congresso. 

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.