México e Brasil reforçam laços com novos acordos e potencializam o comércio

  • Por Agencia EFE
  • 26/05/2015 22h06

Martí Quintana.

Cidade do México, 26 mai (EFE).- A presidente Dilma Rousseff e seu colega do México, Enrique Peña Nieto, realizaram nesta terça-feira a assinatura de novos convênios em matéria comercial, de turismo e meio ambiente, entre outros, a fim de fortalecer a cooperação entre as potências.

“A relação com o Brasil data de muitos anos. No entanto, estávamos perante a exigência de atualizar e modernizar o marco de cooperação”, disse Peña Nieto durante uma mensagem conjunta aos meios de comunicação por ocasião da primeira visita de Estado de Dilma ao México.

Com estes acordos, as duas maiores potências econômicas latino-americanas “dão um salto qualitativo” em suas relações bilaterais, ressaltou o líder mexicano.

“Abrimos um novo capítulo em nossa história. As relações entre México e Brasil apresentam um alto grau de potencialidade e temos a obrigação e o dever de estudá-lo”, acrescentou Dilma.

Os governantes destacaram, sobretudo, a vontade de estreitar laços no âmbito comercial a fim de duplicar a troca entre nações, que em 2014 foi de US$ 9,213 bilhões.

“Queremos passar dos US$ 9,2 bilhões que temos hoje em comércio e, eventualmente, em menos em menos de 10 anos, poder duplicar este nível”, declarou Peña Nieto.

Isso será possível graças a um futuro aprofundamento, também estipulado hoje, do Acordo de Complementação Econômica (ACE 53) entre México e Brasil.

Segundo Dilma, em julho começarão as negociações para este convênio assinado em 2002 e que desde então rege o comércio de 800 produtos e com a atualização poderia crescer até 6.000.

Essa ampliação incluiria novos segmentos como os serviços, o comércio eletrônico e a propriedade intelectual, ressaltou o presidente mexicano.

A este convênio é preciso somar a atualização no último mês de março do acordo automotivo (ACE 55) entre os países, no qual se comprometeram a liberar o comércio mútuo em um grande número de produtos deste setor.

Deste modo, os dois países pretendem fazer crescer sua economia, e manter sua posição preponderante como potências regionais, em um contexto adverso, pois a América Latina crescerá menos de 1% neste ano, segundo as últimas estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI)

Combinado a isso, os países assinaram hoje um acordo de cooperação e facilitação ao investimento, com o qual “se gera maior certeza” nestas operações recíprocas, e um convênio alfandegário para agilizar o comércio com a pré-certificação de empresas, resumiu Peña Nieto.

“Este é o primeiro acordo de facilitação em investimentos que o Brasil assina no continente – destacou Dilma – e demos este passo porque com o México temos uma aliança das mais importantes em investimentos e negócios”.

Nos últimos anos, o Brasil se transformou no segundo destino dos investimentos mexicanos em escala mundial com cerca de US$ 22 bilhões. “Mas podemos fazer mais”, reforçou Dilma.

Esta vontade de fortalecimento comercial ficou refletida hoje em um seminário realizado no México com 50 empresários brasileiros: “É a prova que nossos setores privados estão atentos ao crescimento de nossas relações”, comentou a governante.

Dilma e Peña Nieto presenciaram hoje a assinatura de vários convênios por ministros e altos funcionários que transcenderam o âmbito puramente econômico.

Foram acordos de caráter ambiental, de sustentabilidade, de pesca e aquicultura, de serviços aéreos, de cooperação turística e de formação, entre outros.

Dilma, que recebeu a Ordem Mexicana da Águia Asteca, chegou segunda-feira à tarde ao México e amanhã participará de uma sessão solene no Congresso mexicano antes de retornar ao país.

Após a mensagem conjunta aos meios de comunicação, o presidente mexicano ofereceu um almoço em homenagem a Dilma.

Nele, os líderes brindaram com tequila e cachaça, bebidas autóctones que ambos países concordaram hoje em reconhecer com o distintivo de denominação de origem e exemplificam esta nova etapa, mais relaxada e com menos rivalidade, entre as duas potências regionais. EFE

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