Ministro de Economia do Japão renuncia diante de escândalo de corrupção

  • Por EFE
  • 28/01/2016 08h46
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Ministro ao anunciar demissão; um colaborador próximo geriu de maneira inapropriada dinheiro recebido de construtora

EFE/Franck Robichon Ex-ministro da Economia do Japão Akira Amari assumiu entre lágrimas que tem que assumir as responsabilidades praticadas por seus assistentes

O ministro da Economia do Japão, Akira Amari, apresentou nesta quinta-feira (28) sua renúncia, após admitir que um de seus colaboradores próximos administrou de maneira inadequada dinheiro recebido de uma empresa construtora.

Amari fez o anúncio entre lágrimas durante uma entrevista coletiva realizada em Tóquio, na qual explicou que se sente obrigado a assumir a responsabilidade pelas ações realizadas por seus subordinados.

O anúncio foi feito de maneira surpreendente, depois que o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, defendeu na quarta (27) mesmo a continuidade no cargo de seu ministro da Economia e Política Fiscal apesar das acusações de corrupção.

A denúncia

Tais acusações se originaram após a publicação na semana passada de uma reportagem da revista Shukan Bunshun.

O semanário japonês revelou que Amari teria recebido doações sem declarar no valor de cerca de 12 milhões de ienes (cerca de US$ 101 mil) em troca de favorecer um contrato para uma empresa do setor da construção baseada na Prefeitura de Chiba (a leste de Tóquio).

Fundos políticos teriam sido recebidos por Amari e assistentes dele. O dinheiro veio de uma companhia envolvida em uma disputa por terras, de acordo com a publicação.

Amari admitiu nesta quinta que recebeu pessoalmente um total de 1 milhão de ienes (US$ 8.400) em duas ocasiões de uma pessoa da companhia. Segundo o agora ex-ministro, porém, o dinheiro foi contabilizado de maneira apropriada.

Importância de Amari

Amari disse que renunciava para evitar prejudicar os planos de revitalização econômica de Abe e a fim de garantir que o orçamento para o ano fiscal que começa em 1º de abril seja aprovado sem demora no Parlamento. Ele pediu desculpas pela supervisão inadequada sobre seus assessores e disse que assumia a responsabilidade por gerar problemas para o premiê e seu governo.

Amari faz parte do núcleo duro do governo de Abe e é responsável da aplicação do “Abenomics”, a estratégia de crescimento econômico impulsionada pelo primeiro-ministro conservador, e encarregado direto nas negociações do TPP, que incluem 12 países da Bacia do Pacífico.

Entre os Estados que participam do TPP estão, além do Japão, Estados Unidos, México, Peru e Chile.

A renúncia de Amari é a de maior peso durante o mandato de Shinzo Abe, que chegou ao governo em dezembro de 2012.

Com Agência Estado/Dow Jones Newswires.

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