MTST protesta no centro de SP contra ação de reintegração de posse
Manifestantes sem-teto estão protestando no centro da capital paulista contra a ação de despejoda ocupação Portal do Povo, no Morumbi, que ocorreu na manhã de ontem (28). Segundo o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), o ato é uma “resposta ao rompimento do acordo feito entre a ocupação e o comando da Polícia Militar”, em que havia sido acertado que a desocupação do terreno ocorreria de forma pacífica.
O ato teve início por volta das 15h na frente do Theatro Municipal e em seguida, se dirigiram até a sede da Secretaria de Segurança Pública (SSP). O objetivo, dizem os manifestantes, é protocolar um documento na sede da secretaria para solicitar informações e explicações sobre o rompimento do acordo. A estimativa dos manifestantes é que 3 mil pessoas participam do ato, mas a Polícia Militar diz que são 600.
“Lamentavelmente fomos surpreendidos com a chegada da Polícia Militar entrando no terreno e dando ordens para que todos saíssem”, informou o movimento, em nota.
O terreno, pertencente à construtora Even, era ocupado pelos sem-teto desde o dia 20 de junho. Em julho, a construtora conseguiu na Justiça a reintegração de posse. O MTST afirma, no entanto, que havia negociado com a polícia para que a retirada das pessoas ocorresse apenas amanhã (30), para dar tempo de cadastrar as famílias nos programas de habitação do estado.
“No dia 17 de julho, o MTST assinou um acordo com o comando da Polícia Militar, no qual pedia 15 dias de prazo para o despejo das famílias da ocupação Portal do Povo. O prazo expiraria nesta quarta-feira, dia 30. No entanto, fomos surpreendidos com a chegada da Polícia Militar no terreno com ordens expressas do próprio governador Geraldo Alckmin (PSDB), para efetuarem a remoção das famílias”, de acordo com o texto.
Também por meio de nota, a Secretaria de Segurança Pública informou ontem (28) que a ação de reintegração de posse poderia ser cumprida até o dia 31. “Há uma determinação judicial para que a área localizada na Rua Doutor Luiz Migliano fosse desocupada em meados de julho. No dia 17, a pedido dos moradores e da própria Polícia Militar, a Justiça alongou o prazo até o dia 31”. A nota acrescenta que operação era de conhecimento da Justiça, que enviou representantes para uma reunião preparatória, ocorrida na sexta-feira (25), da qual participou também a prefeitura.
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