Mujica diz que mostrará para Obama os “grosseiros erros” dos países ricos

  • Por Agencia EFE
  • 13/04/2014 19h05

Montevidéu, 13 abr (EFE).- O presidente do Uruguai, José Mujica, afirmou neste domingo que quando se reunir com o líder americano, Barack Obama, no próximo mês na Casa Branca, marcará os “grosseiros erros” que os países ricos cometem com os da América Latina.

“Humildemente vou marcar os erros muito grosseiros que o mundo rico, começando pelos Estados Unidos, comete conosco”, disse Mujica em declarações exclusivas ao “Channel 4” de Montevidéu.

O líder uruguaio acrescentou que dialogará com Obama, que o receberá em Washington em 12 de maio, “sem ser agressivo, mas sem renunciar ao que penso”.

Mujica, de 78 anos, foi um dos líderes da guerrilha Tupamara e esteve preso durante 13 anos e em duras condições antes e durante a ditadura que governou no Uruguai entre 1973 e 1985.

Os Estados Unidos “devem se dar conta” que os latino-americanos “somos donos de nossa história” e “seja boa ou ruim”, acrescentou.

Na opinião de Mujica, atualmente “vivemos em um mundo muito complexo” que “necessita de tolerância” e isso representa “aprender a conviver com os que pensam diferente”.

“A democracia não pode impor o que pensa cada país”, acrescentou.

O líder uruguaio afirmou que “o republicanismo real” é “respeitar a diferença”.

Mujica se encontra entre os candidatos a figurar entre as 100 personalidades mais influentes do mundo, lista que anualmente é organizada pela revista americana “Time”.

Antes de definir essa classificação, a revista realiza uma enquete via internet entre seus leitores e Mujica figura nessa lista.

No mês passado, o presidente do Uruguai anunciou que seu país, a pedido expresso de Obama, aceitou acolher seis presos do centro de detenção militar de Guantánamo, situado em Cuba.

Atualmente, a Chancelaria uruguaia e o Departamento de Estado dos Estados Unidos negociam a chegada dos presos que o Uruguai receberá em qualidade de refugiados ou imigrantes, informou recentemente o chanceler Luis Almagro. EFE

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