Mundo vive maior crise humanitária desde a 2ª Guerra, alerta ONU

  • Por Estadão Conteúdo
  • 05/12/2016 13h20
YEM01 SANÁ (YEMEN) 28/11/2016.- Niños permanecen a las afueras de un refugio improvisado, en un campo para desplazados interinos (IDP) en Saná, Yemen, hoy, 28 de noviembre de 2016. De acuerdo con las cifras de la Unión Europea, el conflicto entre los rebeldes hutíes y la coalición liderada por Arabia Saudí, ha dejado más de 700 muertes, cerca de 37.000 heridos y casi tres millones de desplazados. EFE/Yahya Arhab EFE/Yahya Arhab Crianças refugiados em lugar improvisado de Saná

O mundo atravessa sua pior crise humanitária desde a 2ª Guerra e cerca de 128 milhões de pessoas precisam de ajuda em diversos continentes. Nesta segunda-feira (5) a ONU lançou um apelo para o financiamento de suas operações de resgate e estima que em 2017 precisará de US$ 22,2 bilhões para sair ao socorro da população afetada por guerras e desastres ambientais.

O valor solicitado é inédito e a ONU insiste que nunca, desde o final da 2ª Guerra, tantas pessoas no planeta estiveram sob um risco tão elevado.

Diante da dificuldade em sair ao resgate de todos, a entidade dará prioridade a 33 países e estabelecerá operações para atender 93 milhões de pessoas consideradas as mais vulneráveis. “O mundo está enfrentando um estado de crise humanitária jamais visto desde o final da 2ª. Guerra. No total, 128 milhões de pessoas estão sendo afetadas por conflitos, deslocamentos, desastres naturais e profunda vulnerabilidade”, indicou a ONU em seu apelo por recursos.

“A escala da crise hoje é maior do que em qualquer outro momento desde a criação da ONU”, declarou Stephen O’Brien, subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários. “Em nenhum momento no passado recente tantas pessoas precisaram de nossa ajuda e solidariedade para sobreviver”.

Em seu apelo por recursos, a ONU incluiu ações para lutar contra a fome na bacia do Lago Chade e no Sudão do Sul, atendimento para civis na Síria, Iraque e Iêmen, e educação para crianças em zonas afetadas pelo fenômeno El Niño. A guerra na Síria, porém, estará entre as mais custosas financeiramente. No continente americano, o foco do resgate será o Haiti.

Crise

Se o mundo vive sua pior crise humanitária, a ONU também atravessa uma situação financeira delicada. Para 2016, a entidade recebeu apenas 52% da verba que havia solicitado para sair ao socorro das populações pelo mundo.

Ao final de 2016, o buraco nas contas da entidade chegou a US$ 10,7 bilhões, o maior de sua história. “A vida de milhões de meninas, mulheres e homens estão em nossas mãos”, ressaltou O’Brien, ao lançar o apelo. “Não podemos abandoná-los”.

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