Academia sueca rejeita adoção de cotas de gênero ou etnia para Prêmio Nobel
Justificativa dada pelo secretário-geral do órgão foi de que o reconhecimento será dado aos que tiverem as contribuições mais importantes à ciência
Dias após finalizar as entregas dos Prêmios Nobel do ano de 2021, a Academia Sueca de Ciências afirmou nesta terça-feira, 12, que não tem qualquer pretensão de estabelecer um sistema de cotas para contemplar mulheres ou pessoas não-brancas, grupos que menos tiveram reconhecimento ao longo de 110 anos de premiação. “É triste que tão poucas mulheres tenham recebido o Nobel. Isso reflete as condições injustas da nossa sociedade, que eram maiores no passado, mas ainda existem. Ainda há muito a fazer, mas decidimos que não vamos ter cotas de gênero ou de etnia. No fim, daremos o prêmio àqueles que fizerem as contribuições mais importantes”, analisou o secretário-geral da Academia Real das Ciências da Suécia, Goran Hansson, em entrevista à agência AFP. Segundo ele, a decisão está alinhada com “o espírito do testamento de Alfred Nobel”. A primeira mulher a ganhar o reconhecimento foi Marie Curie, contemplada com o Nobel de Física em 1903 e de Química em 1911. Desde a criação do prêmio, porém, apenas 59 foram entregues a pessoas do sexo feminino. Na edição 2021, apenas uma mulher foi contemplada: a jornalista filipina Maria Ressa, de 58 anos, que ganhou o prêmio junto ao russo Dmitry Muratov por exercer uma “luta corajosa pela liberdade de expressão”.
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