Academia sueca rejeita adoção de cotas de gênero ou etnia para Prêmio Nobel

Justificativa dada pelo secretário-geral do órgão foi de que o reconhecimento será dado aos que tiverem as contribuições mais importantes à ciência

  • Por Jovem Pan
  • 12/10/2021 15h40
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Holger Motzkau, CC-BY-SA 3.0 três homens de terno e gravata sentados em mesa Goran Hansson (no centro) reconheceu que 'condições injustas' fazem mulheres terem menos reconhecimento, mas negou que Academia vai impor cotas

Dias após finalizar as entregas dos Prêmios Nobel do ano de 2021, a Academia Sueca de Ciências afirmou nesta terça-feira, 12, que não tem qualquer pretensão de estabelecer um sistema de cotas para contemplar mulheres ou pessoas não-brancas, grupos que menos tiveram reconhecimento ao longo de 110 anos de premiação. “É triste que tão poucas mulheres tenham recebido o Nobel. Isso reflete as condições injustas da nossa sociedade, que eram maiores no passado, mas ainda existem. Ainda há muito a fazer, mas decidimos que não vamos ter cotas de gênero ou de etnia. No fim, daremos o prêmio àqueles que fizerem as contribuições mais importantes”, analisou o secretário-geral da Academia Real das Ciências da Suécia, Goran Hansson, em entrevista à agência AFP. Segundo ele, a decisão está alinhada com “o espírito do testamento de Alfred Nobel”. A primeira mulher a ganhar o reconhecimento foi Marie Curie, contemplada com o Nobel de Física em 1903 e de Química em 1911. Desde a criação do prêmio, porém, apenas 59 foram entregues a pessoas do sexo feminino. Na edição 2021, apenas uma mulher foi contemplada: a jornalista filipina Maria Ressa, de 58 anos, que ganhou o prêmio junto ao russo Dmitry Muratov por exercer uma “luta corajosa pela liberdade de expressão”.

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