Agência internacional alerta para risco de desastre nuclear na Ucrânia após bombardeios

Governo ucraniano revelou que usina de Zaporizhzhia, a maior da Europa, foi atacada pelos russos e há ‘imperfeições’ em partes do complexo

  • Por Jovem Pan
  • 06/08/2022 18h32
Reprodução/ Twitter @iaeaorg Agência Internacional de Energia Atômica IAEA IAEA está preocupada com um novo desastre nuclear no país

O argentino Rafael Grossi, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AEIA), admitiu temor pelos ataques à central de Zaporizhzhia, na Ucrânia, a maior da Europa, indicando a possibilidade de um ‘desastre nuclear‘ no local. “Estou extremamente preocupado pelo bombardeio de ontem na maior usina de energia nuclear da Europa, que destaca o risco muito real de um desastre nuclear que poderia ameaçar a saúde pública e o meio ambiente na Ucrânia e além”, disse Grossi, através de comunicado. Após os ataques contra a central nuclear de Zaporizhzhia, Moscou e Kiev se acusaram mutuamente de colocar em risco a segurança da instalação nuclear. Grossi recorda que, segundo as autoridades ucranianas, não houve danos nos reatores da unidade, nem emissões de radioatividade, mas sim, algumas imperfeições em outras partes da usina. O diretor-geral da agência nuclear da ONU considerou “completamente inaceitável” colocar em perigo a central e garantiu que lançar qualquer projétil contra a unidade é “brincar com o fogo” e poderia ter “consequências potencialmente catastróficas”. “Faço um apelo enérgico e urgentes a todas as partes para que exerçam a máxima moderação nas imediações desta importante instalação nuclear, com seus seis reatores”, indicou o argentino.

Grossi voltou a propor que a AEIA realize uma missão de verificação na região e, dessa forma, “evitar que a situação saia ainda mais do controle”. O diretor-geral da agência se mostrou disposto, em junho, a visitar a central de Zaporizhzhia, controlada atualmente pela Rússia. A Ucrânia, contudo, criticou veementemente estes planos, por considerar que a viagem de um representante da ONU poderia representar algum tipo de legitimação à ocupação de Moscou. A Rússia, que controla a instalação, praticamente, desde os primeiros dias da chamada “operação militar especial”, denuncia que Kiev promove o “terrorismo nuclear”. As autoridades pró-russas da região de Zaporizhzhia acusaram ontem as forças ucranianas de atacar com artilharia a central nuclear e danificar as linhas elétricas e os prédios industriais da usina.

*Com informações da EFE

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