Agricultores levam seus tratores a Madri para mostrar insatisfação com política agrícola europeia

Mobilização na Espanha está dentro dentro de uma onda de protestos do campo em vários países europeus, com especial força na França e Alemanha

  • Por Jovem Pan
  • 21/02/2024 14h34
OSCAR DEL POZO/AFP Manifestantes conduzem os seus tratores ao saírem da cidade após um protesto de agricultores para denunciar as suas condições e a política agrícola europeia em Madri Agricultores protestam com seus tratores em Madri

Agricultores e pecuaristas espanhóis levaram seus tratores ao centro de Madri nesta quarta-feira, 21, para protestar pelas dificuldades enfrentadas pelo setor. A mobilização, convocada pelo sindicato União de Uniões, reuniu milhares de produtores de todas as partes da Espanha, que percorreram as ruas da capital acompanhados pelo som das buzinas dos tratores. Os manifestantes se dirigiram ao Ministério da Agricultura em cinco colunas formadas por cem veículos, exibindo cartazes com lemas como “o mundo rural morre” e “sem o campo, a cidade não come”. O protesto gerou engarrafamentos e confrontos com a polícia, após três semanas de ações similares em todo o país.

Os agricultores expressaram sua insatisfação com os preços baixos que recebem por seus produtos e com a excessiva burocracia do setor. Muitos destacaram a necessidade de simplificar os procedimentos administrativos e proteger os agricultores do impacto das importações de produtos de países não europeus, que competem em condições desiguais. O ministro da Agricultura, Luis Planas, afirmou o compromisso do governo em responder às preocupações do setor e anunciou um pacote de medidas de apoio após reunião com os sindicatos. Ele também se comprometeu a defender em Bruxelas o estabelecimento de “cláusulas espelho”, que garantiriam que os produtos importados respeitem as mesmas normas exigidas dos agricultores europeus.

Os protestos dos agricultores não se limitaram à Espanha, sendo observados também em outros países europeus como França, Alemanha e Grécia — sobretudo nos dois primeiros. As manifestações ocorrem em um momento sensível, poucos meses antes das eleições europeias de junho, e têm pressionado a Comissão Europeia a fazer concessões, especialmente na redução do uso de pesticidas na UE.

*Com informações da AFP

 

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