Amazônia do Equador teve mais de 623 mil hectares desmatados de 2001 a 2020

Territórios indígenas e áreas de proteção florestal foram menos impactadas; informações são do estudo MabBiomas e da Rede Amazônica de Informação Socioambiental Georreferenciada

  • Por Jovem Pan
  • 16/09/2022 05h41 - Atualizado em 16/09/2022 05h45
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Christian Braga / Greenpeace fogo amazonia greenpeace Áreas protegidas desempenham papel importante como barreiras ao desmatamento

Mais de 623 mil hectares de floresta tropical amazônica foram desmatados no Equador entre 2001 e 2020, de acordo com um estudo realizado pela iniciativa brasileira MabBiomas e pela Rede Amazônica de Informação Socioambiental Georreferenciada (RAISG). Este desmatamento acumulado representa uma média anual de 31 mil hectares, advertiu nesta quinta-feira, 15, a Fundação EcoCiencia, que é membro do consórcio RAISG. Em nível regional, estes números colocam o Equador em quinto lugar em termos de área total desmatada no período 2001-2020, atrás de Brasil, Bolívia, Peru e Colômbia, mas à frente de Venezuela, Guiana Francesa e Suriname, países maiores do que o território equatoriano. Segundo o levantamento, os principais motores do desmatamento são a expansão da fronteira agrícola e pecuária, o desenvolvimento de infraestruturas, a mineração e exploração de hidrocarbonetos, e a extração de recursos de madeireiros.  Como dado positivo, o estudo lembrou que 79% da bacia amazônica do Equador, equivalente a mais de 10 milhões de hectares, está sob alguma categoria de proteção, seja como área natural protegida, seja como território indígena.

A Fundação EcoCiencia assinalou que as áreas protegidas “desempenham um papel muito importante como barreiras ao desmatamento, o que é evidente quando se compara ao desmatamento dentro e fora das áreas protegidas”. Embora as áreas não protegidas representem apenas 21% da bacia amazônica do Equador e abriguem 16% das florestas amazônicas restantes em 2020, representaram 54% (339 mil hectares) do desmatamento nas últimas duas décadas. Em contraste, dentro dos limites dos territórios indígenas e áreas protegidas, 46% do desmatamento ocorreu entre 2001 e 2020, número inferior ao das áreas desprotegidas.

“O ritmo acelerado de eliminação destas florestas põe em risco a conectividade entre lugares essenciais da biodiversidade, assim como a resiliência climática das populações humanas amazônicas”, reportou a EcoCiencia em comunicado. Os dez cantões (municípios) do Equador que mais registaram desmatamento entre 2001 e 2020 representam 50% do total do desmatamento na região amazônica do Equador. Estes são Orellana (8,17%), Lago Agrio (7,35%), Pastaza (5,90%), Shushufindi (5,06%), Loreto (4,38%), Taisha (4,05%), Morona (3,81%), Tena (3,74%), La Joya de los Sacha (3,54%) e Gualaquiza (3,54%).

Em nível provincial, somente na província de Morona Santiago, no sudeste, foram desmatados mais de 158 mil hectares de floresta no período 2001-2020, o equivalente a 25% do total nacional. Esta província, juntamente com Sucumbíos (norte), representou 46% (287 mil hectares) do desmatamento detectado, seguido pela província de Orellana (leste) e pela província de Zamora Chinchipe (sul), respectivamente. Juntas, estas quatro províncias (Morona Santiago, Sucumbíos, Orellana e Zamora Chinchipe) são responsáveis por 77% do desmatamento na Amazônia do Equador de 2001 a 2020.

*Com informações da EFE

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