Apoio financeiro dos Estados Unidos à Ucrânia chega ao fim após dois anos

Congresso norte-americano rejeitou no final do ano passado pacote de segurança proposto pelo governo; suporte não tem previsão de ser retomado

  • Por da Redação
  • 04/01/2024 13h15 - Atualizado em 04/01/2024 13h18
EFE/EPA/MICHAEL REYNOLDS encontro zelenksy e biden Presidente dos EUA, Joe Biden, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, realizam uma entrevista coletiva conjunta na Sala do Tratado Indiano do Edifício do Escritório Executivo Eisenhower, no complexo da Casa Branca em Washington

Os Estados Unidos e Ucrânia vivem a incerteza de sobre um novo pacote de ajuda financeira aos ucranianos depois que o apoio se encerro no dia 27 de dezembro e não há previsão de novos recursos, a menos que o Congresso americano aprove um novo pacote de ajuda militar proposto pelo governo Joe Biden, informou, na quarta-feira, 3, o porta-voz do Conselho de Segurança.  Nacional, John Kirby. Segundo ele, o último pacote de assistência de segurança foi entregue à Ucrânia e agora é necessário o apoio do Congresso para continuar ajudando o país. No entanto, o pacote de segurança proposto pelo governo no final do ano passado foi rejeitado pelo Congresso, o que dificulta a obtenção de financiamento suplementar para a Ucrânia. Os Estados Unidos são o maior patrocinador ocidental do governo ucraniano, tendo colaborado com R$ 380 bilhões dos R$ 1,2 trilhão dados até outubro em ajuda para Kiev, de acordo com o Instituto para Economia Mundial de Kiel, da Alemanha.

Atualmente, o presidente Biden ainda tem US$ 4,4 bilhões (R$ 21,6 bilhões) disponíveis para uso livre, mas Kirby deixou claro que esses recursos não serão utilizados sem o apoio parlamentar ao pacote de segurança de R$ 520 bilhões, sendo R$ 300 bilhões destinados à Ucrânia. O porta-voz do Pentágono, general Pat Ryder, já havia mencionado anteriormente que a dificuldade em apoiar os ucranianos vai além das questões políticas, pois é necessário considerar o impacto dessas decisões no próprio preparo e capacidade dos Estados Unidos de continuar apoiando a Ucrânia. No entanto, o último pacote de ajuda em 2023 foi o 54º desde o início da guerra, em fevereiro de 2022, e somou US$ 250 milhões (R$ 1,2 bilhão), incluindo munição para o sistema antiaéreo Nasams, foguetes de artilharia e lançadores M270. A situação atual é de impasse, com os republicanos preocupados com a crise dos refugiados latinos na fronteira mexicana e questionando a prioridade dada à Ucrânia no pacote de segurança de Biden. Por outro lado, a oposição pode fazer gestos à comunidade judaica americana, já que parte do dinheiro será destinado a apoiar Israel.

Enquanto Biden tenta aprovar novos financiamentos, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, enfrenta dificuldades na guerra, com o fracasso de sua contraofensiva no ano passado e a pressão renovada dos russos. Zelensky teme que Biden perca a eleição e que a situação se torne ainda mais difícil com um possível retorno de Trump. Observadores acreditam que essa complexa situação pode levar a negociações, especialmente considerando que o pacote de ajuda de R$ 250 bilhões que a União Europeia planejava para este ano também está enfrentando atrasos. No entanto, o presidente russo, Vladimir Putin, tem adotado um discurso mais duro e não parece disposto a ceder até ser reeleito em março. Enquanto isso, ambos os lados se preparam para um prolongamento indefinido do conflito, o que favorece a Rússia, que possui maior capacidade de mão de obra e produção militar.

 

 

 

 

 

 

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