Após críticas de Chile e Uruguai, Lula afirma que recebeu Maduro ‘no limite da democracia’

Presidente brasileiro discursou no encerramento da cúpula de países sul-americanos em Brasília e comentou declarações dos colegas Lacalle Pou e Boric: ‘Ninguém é obrigado a concordar com ninguém’

  • Por Brasília
  • 30/05/2023 19h39 - Atualizado em 30/05/2023 19h43
Ricardo Stuckert/PR/Divulgação Presidentes de países sul-americanos, cada um com sua bandeira atrás, posam para foto conjunta Presidentes sul-americanos, incluindo o venezuelano Nicolás Maduro, posam para foto durante cúpula de países do continente

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a defender a recepção de Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, como chefe de Estado durante a reunião de presidentes sul-americanos ao dizer, no encerramento do evento, nesta noite de terça-feira, 30, que recebeu o vizinho acusado de manter o país com um governo ditatorial “no limite da democracia”. “Eu disse que cabe a ele construir a narrativa dele com fatos verdadeiros”, declarou o petista. O presidente brasileiro destacou, durante a entrevista coletiva, que “nessas reuniões, ninguém é obrigado a concordar com ninguém”, referindo-se às críticas de Chile e Uruguai ao venezuelano.

Os presidentes do Uruguai, Luis Lacalle Pou, e do Chile, Gabriel Boric, criticaram a fala do presidente brasileiro de que o que ocorre na Venezuela é simplesmente uma “narrativa”. “Se há tantos grupos no mundo que tentam intermediar para que a democracia seja plena na Venezuela, para que se respeitem os direitos humanos, o pior que podemos fazer é tapar o sol com o dedo. Coloquemos o nome que tem, e vamos ajudá-los”, afirmou Lacalle Pou. Na segunda-feira, 29, durante a recepção a Maduro, Lula alegou que a Venezuela é alvo de “narrativas”, em referência às afirmações de que o país é uma ditadura. Após a reunião, na noite desta terça-feira, Maduro foi um tema constante das perguntas de jornalistas. “O Maduro faz parte deste continente nosso. Houve muito respeito com a participação do Maduro. Ninguém é obrigado a concordar com ninguém. É assim que a gente vai fazendo”, respondeu o presidente.

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