Após relatório da OEA, Evo Morales anuncia novas eleições na Bolívia

  • Por Jovem Pan
  • 10/11/2019 09h27
EFE Evo Morales é ex-presidente da Bolívia Presidente do país disse que vai renovar o órgão eleitoral antes do novo pleito

O presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou, neste domingo (10), a convocação de novas eleições gerais. A decisão aconteceu após a divulgação do resultado da auditoria da Organização dos Estados Americanos (OEA), que identificou irregularidades no pleito de 20 de outubro e recomendou uma nova votação.

“[Decidi] convocar novas eleições que mediante ao voto permitam ao povo boliviano eleger democraticamente suas novas autoridades, incorporando novos atores políticos”, declarou, em pronunciamento.

Morales declarou que as novas eleições serão realizadas com um órgão eleitoral renovado. “[Vou] renovar a totalidade de membros do Tribunal Superior Eleitoral; nas próximas horas a Assembleia Legislativa Plurinacional, em concordância com todas as forças políticas estabelecerá os procedimentos para isso”, continuou.

O presidente pediu, ainda, para que o povo “baixe a tensão” que vem ocorrendo no país. A onda de protestos, que já deixou pelo menos dois mortos e 140 feridos, teve início no dia 21 de outubro, um dia depois das eleições. “Quero pedir para baixarmos toda a tensão. Todos temos a obrigação de pacificar a Bolívia”, disse.

Votação

Morales foi eleito, pela quarta vez e em primeiro turno, no dia 20 de outubro. Na data, foi divulgado que ele teve 47.07% dos votos, e Carlos Mesa, o segundo colocado, 36,51% – na Bolívia, quando há uma diferença de mais de 10 pontos percentuais, ganha-se a eleição.

A OEA aponta que Morales pode, sim, ter ficado em primeiro lugar – mas não com margem suficiente para uma reeleição em primeiro turno.“Tendo em conta as projeções estatísticas, é possível que o candidato Morales tenha ficado em primeiro lugar, e o candidato Carlos Mesa, em segundo. No entanto, é improvável que Morales tenha obtido os 10 pontos percentuais de diferença para evitar um segundo turno”, afirma a nota da organização.

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