OEA afirma que eleições na Bolívia foram fraudadas e pede nova votação

  • Por Jovem Pan
  • 10/11/2019 08h46 - Atualizado em 10/11/2019 08h47
EFE De acordo com a organização, Morales pode estar em primeiro, mas não conseguiu margem suficiente para ganhar em primeiro turno

Organização dos Estados Americanos (OEA) divulgou, neste domingo (10), o resultado da auditoria feita, desde o dia 31 de outubro, nas eleições presidenciais da Bolívia para apurar uma suspeita de fraude na disputa, que reelegeu Evo Morales. De acordo com a OEA, a votação foi irregular e novas eleições serão necessárias.

“A equipe de auditores não pôde validar o resultado da presente eleição, e recomenda um outro processo eleitoral. Qualquer futuro processo deverá contar com novas autoridades eleitorais para poder levar a cabo eleições confiáveis”, diz a nota da organização.

Morales foi eleito, pela quarta vez e em primeiro turno, no dia 20 de outubro. Na data, foi divulgado que ele teve 47.07% dos votos, e Carlos Mesa, o segundo colocado, 36,51% – na Bolívia, quando há uma diferença de mais de 10 pontos percentuais, ganha-se a eleição.

Diagnóstico

Segundo a OEA, foram encontradas irregularidades na tecnologia de eleição, na cadeia de custódia, na integridade das atas eleitorais e nas projeções estatísticas. “As manipulações do sistema de informática são de tal magnitude que devem ser profundamente investigadas pelo Estado boliviano para chegar a fundo e demarcar as responsabilidades nesse caso grave”, explica.

Mesmo assim, a organização aponta que Morales deve, sim, ter ficado em primeiro lugar – mas não com margem suficiente para uma reeleição em primeiro turno.“Tendo em conta as projeções estatísticas, é possível que o candidato Morales tenha ficado em primeiro lugar, e o candidato Carlos Mesa, em segundo. No entanto, é improvável que Morales tenha obtido os 10 pontos percentuais de diferença para evitar um segundo turno”, continua a nota.

Protestos

A vitória de Morales gerou uma onda de protestos no país. Mesa, que acusou o atual presidente de fraudar a votação, incitou as manifestações. Desde o início dos protestos, no dia 21 de outubro, pelo menos duas pessoas foram mortas e mais de 140 ficaram feridas.

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