Argentina teme ‘debandada de ministros’ após derrota governista em eleições primárias
Imprensa internacional projeta que pelo menos quatro representantes de pasta entreguem cargo nos próximos dias; um deles se demitiu nesta quarta-feira
Três dias após o governo de Alberto Fernández sofrer uma derrota massiva nas primárias eleitorais legislativas da Argentina, o ministro do Interior da nação, Eduardo de Pedro, apresentou sua renúncia e pelo menos outros três também devem deixar os cargos nos próximos dias. A saída em massa teria sido organizada por aliados da vice-presidente Cristina Kirchner, que estariam insatisfeitos com as relações de Fernández com o ministro da Economia, Martín Guzmán, e queriam vê-lo fora do governo. A saída do ministro foi confirmada pela Agência EFE. Em carta dirigida ao chefe do Estado, ele explicou a decisão. “Escutando suas palavras na noite de domingo, quando levantou a necessidade de interpretar o veredicto expressado pelo povo argentino, considerei que a melhor maneira de colaborar com esta tarefa é colocar a minha demissão à sua disposição”, disse.
Segundo a imprensa argentina, além de Eduardo de Pedro, outros ministros ligados a Cristina Kirchner também devem renunciar aos cargos: Martín Soria, da Justiça; Roberto Salvarezza, da Ciência e Tecnologia, e Jorge Ferraresi, da Habitação. Se o resultado das primárias do último domingo, 12, se repetir nas eleições de 14 de novembro, quando 50% da Câmara dos Deputados e 1/3 do Senado será mudado, o governo perderá maioria nas duas casas. Em apenas seis dos 24 distritos do país os pré-candidatos do partido Frente de Todos ganharam. A capital, Buenos Aires, tradicional reduto de apoiadores de Cristina Kirchner, foi um dos locais que derrotou os governistas. Até o momento, a Casa Rosada não se posicionou sobre as possíveis saídas de ministro dos cargos.
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