AstraZeneca afirma que fará novos estudos em vacina contra Covid-19

O anúncio foi feito depois que a farmacêutica admitiu ter cometido um erro na dosagem recebida por uma parcela dos voluntários que participaram dos testes

  • Por Jovem Pan
  • 26/11/2020 17h33 - Atualizado em 26/11/2020 18h55
EFE/EPA/OXFORD UNIVERSITY Dose de vacina em primeiro plano. Ao fundo, uma pessoa sendo vacinada Há grandes expectativas sobre a chamada "vacina de Oxford", que deverá custar menos que as demais

A farmacêutica britânica AstraZeneca admitiu nesta quinta-feira, 26, que a sua vacina contra a Covid-19 ainda precisa passar por mais estudos, que não estavam previstos no cronograma original. O imunizante, desenvolvido em parceria com a Universidade de Oxford, na Inglaterra, está sendo questionado quanto à sua proteção nos últimos dias. As dúvidas foram levantadas depois que a empresa admitiu ter cometido um erro crucial na dose da vacina recebida por alguns participantes dos seus testes. Sem mencionar essas circunstâncias, o diretor-executivo do laboratório, Pascal Soriot, se limitou a dizer à agência de notícias Bloomberg que os estudos adicionais são necessários para validar “o que parece ser uma maior eficácia”.

Na segunda-feira, 23, a AstraZeneca e a Universidade de Oxford anunciaram que, segundo testes clínicos realizados no Reino Unido e no Brasil, a sua vacina contra a Covid-19 apresentava uma eficácia de até 90%. No entanto, esse resultado variou dependendo do grupo de participantes. Os que receberam meia dose e depois uma dose completa demonstraram a tal eficácia de 90%. No entanto, os que receberam duas doses completas, que eram a maioria dos voluntários, mostraram uma eficácia menor, de apenas 62%. A questão é que essa diferença não se tratou de uma testagem proposital, mas sim de um erro cometido na dosagem. Outro agravante é que, além de ser menor, o grupo que demonstrou maior eficácia não contemplava pessoas com mais de 55 anos, o que coloca em dúvida como a vacina reagiria em idosos.

O projeto da AstraZeneca vinha chamando atenção por possibilitar a fabricação de uma vacina contra o coronavírus mais barata que a dos demais laboratórios. Ela custaria apenas US$ 4 e poderia ser mantida sob refrigeração por seis meses, facilitando assim a sua distribuição. No final de julho, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) assinaram um acordo que prevê a compra de cem milhões de doses da chamada “vacina de Oxford”. O CEO da farmacêutica, Pascal Soriot, afirmou que o novo estudo será mais rápido que os anteriores e não deve atrasar uma eventual aprovação do imunizante na Europa.

*Com informações da agências internacionais

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