Autor de massacre escolar nos EUA começa ser julgado e pode ser condenado à pena de morte
Processo pode levar vários meses e é incomum, pois é raro que autores de tiroteio sobrevivam ao ataque
Os Estados Unidos começaram a julgar nesta segunda-feira, 18, o autor de uma massacre escolar que deixou 17 pessoas mortas em 2018. O julgamento de Nikolas Cruz está sendo realizado na Flórida para definir sua sentença: pena de morte ou prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional. O ataque a escola Marjory Stoneman foi um dos piores ataques nos EUA. O tiroteio chocou todo o país e, especialmente, o sul da Flórida, onde foram necessários quase três meses para selecionar 12 jurados – sete homens e cinco mulheres – considerados imparciais o suficiente para decidir o destino do autor confesso do massacre.
O julgamento vai determinar se Cruz merece ser condenado à morte, uma decisão que o júri deve alcançar por unanimidade. De acordo com a lei da Flórida, se um único jurado rejeitar a pena capital, a sentença do jovem será de prisão perpétua sem liberdade condicional. O processo, que pode levar vários meses, é incomum para os Estados Unidos, onde é raro que os autores de tal massacre sobrevivam ao ataque. As audiências deverão ser comoventes, com depoimentos de familiares e sobreviventes, bem como a divulgação de vídeos gravados por testemunhas da tragédia.
Relembre o caso
Em 14 de fevereiro de 2018, Cruz semeou pânico em Parkland, uma pequena cidade ao norte de Miami, ao entrar na escola Marjory Stoneman, de onde havia sido expulso um ano antes, com um fuzil semiautomático AR-15. Em um vídeo que Cruz gravou antes do massacre, ele aparece dizendo: “Vou ser o próximo atirador em uma escola de 2018”, disse na gravação. “Não sou ninguém, minha vida não é nada e não tem sentido”, acrescentou. Em poucos minutos, matou 14 estudantes e três adultos e causou 17 feridos. Em outubro, ele se declarou culpado de todos os 17 assassinatos cometidos naquele dia, bem como de 17 tentativas, uma para cada ferido. “Sinto muito pelo que fiz e tenho que viver com isso todos os dias”, disse Cruz em outubro depois de se declarar culpado.
*Com informações da AFP
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