Escolas brasileiras mantêm uso da tecnologia nas estratégias de recuperação da aprendizagem
Informação foi revelada pelo levantamento do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação, que ouviu 1.865 professores de escolas da rede privada e pública em áreas urbanas e rurais do país
Escolas do Brasil inteiro têm mantido o uso da tecnologia nas estratégias de recuperação da aprendizagem, mesmo com o retorno das aulas presenciais. Foi o que revelou um levantamento do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic), que ouviu 1.865 professores de escolas da rede privada e pública em áreas urbanas e rurais do país. Os profissionais foram entrevistados entre setembro de 2021 e abril de 2022, quando 91% já estavam atuando em regime híbrido. Mais de 90% dos educadores citaram a dificuldade de pais e responsáveis em dar apoio com as tarefas e a defasagem no aprendizado como os principais obstáculos na continuidade de atividades.
A coordenadora da Tic Educação, Daniela Costa, explica que as dificuldade e estratégias têm sido adotadas, de forma geral, por todas as instituiões de ensino. “As atividades que têm que ser mediadas pelos pais e responsáveis muitas vezes se tornam mais difíceis de cumprir o currículo, de cumprir aquelas atividades programadas para o ano letivo. Grande parte dos professores trouxeram que a continuidade do uso de tecnologias na recuperação da aprendizagem, como uma combinação de aulas, presenciais e remotas, com uso de tecnologias, ou ainda, agora já pensando talvez no ensino presencial, o agrupamento dos alunos por nível de aprendizagem, aplicação de atividades de recuperação paralela, no contraturno ou finais de semana, a ampliação desses horários em que os estudantes podem ficar nas escolas para recuperação da aprendizagem”, diz.
Mesmo com políticas públicas de apoio a estudantes e professores, a falta de dispositivos e de conectividade continuaram sendo um problema no segundo ano da pandemia da Covid-19. 60% dos profissionais relataram ter tido acesso gratuito à plataformas, aplicativos e recursos educacionais. A proporção foi menor entre os professores da rede municipal. 93% fizeram uso do celular para realizar atividades remotas ou híbridas, enquanto 84% usaram o notebook. Um quarto dos entrevistados relatou que compartilhava o dispositivo com outras pessoas com quem moravam, 2% precisaram pedir equipamentos emprestados ou ir a outro lugar para ter acesso.
O gerente do Cetic, Alexandre Barbosa, destacou que os profissionais também perceberam a necessidade de ampliar as estratégias de formação para que possam usar as plataformas de forma mais efetiva. “Se por um lado os dados dessa edição da pesquisa revelam um alto grau de uso de atividades escolares com apoio dessas tecnologias digitais, por outro, é importante destacar que os docentes entendem que ainda é necessário aprimorar a conectividade nas escolas, não só do ponto de vista da qualidade”, pontuou. O uso do material impresso foi a principal estratégia usada pelos professores para comunicação e envio de atividades. As plataformas de aulas em tempo real, que demandam mais internet, foram mais citadas por professores de escolas particulares e estaduais do que municipais. Para tirar dúvidas, 91% dos educadores usaram aplicativos de mensagem instantânea e 83% o telefone.
*Com informações da repórter Nanny Cox
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