Avós da Praça de Maio encontram neto sequestrado pela ditadura argentina
Homem foi criado por um militar e há cinco anos descobriu suas origens; a avó do neto encontrado faleceu em 2012
A organização da Argentina “Avós da Praça de Maio” encontrou o neto 133, que foi sequestrado durante a ditadura militar, e é sobrinho de Mario Santucho, líder fundador da organização guerrilheira PRT-ERP, cuja mãe, Cristina Navajas, foi sequestrada em 1976 e permanece desaparecida. O anúncio foi feito nesta sexta-feira, 28, pela organização humanitária em uma coletiva de imprensa, na qual esteve presente Miguel Santucho, um dos três filhos de Navajas e Julio César Santucho. Miguel há anos buscava seu irmão. “Essa busca não pode ser sustentada sem o apoio de todos. Sempre tive vários braços me sustentando. Isso foi muito importante. Meu pensamento hoje está com meus irmãos e irmãs que ainda estão procurando. Desejo a todos que experimentem o que estou sentindo agora”, disse Miguel Santucho. “Tenho sobrinhos novos. A família aumentou com pelo menos três pessoas: um irmão e dois sobrinhos”, comemorou. O neto recuperado se reencontrou com sua família ainda nesta sexta-feira, pouco antes da coletiva de imprensa, da qual não participou. Anteriormente, os irmãos já haviam se conhecido por uma chamada de vídeo.
“Ele expressou o desejo de nos conhecer. Estava feliz e surpreso. Levará tempo para ele assimilar a magnitude do que encontrou”, disse Miguel Santucho. “Não posso deixar de dizer que ele é lindo, é um garoto lindo. Nós o conhecemos hoje e ele sabe o que o espera. Sinto que encontrei um ser iluminado. O abraço que trocamos será para sempre”, acrescentou. O homem se aproximou de maneira espontânea das Avós da Praça de Maio. Ele foi sequestrado por um casal formado por um militar e uma enfermeira que já tinha uma filha 20 anos mais velha, indicaram as Avós. Há quase cinco anos, a filha desse casal revelou que eles não eram os seus verdadeiros pais. As Avós não deram detalhes sobre onde o neto recuperado vive atualmente, nem se os apropriadores seguem vivos. A descoberta do neto 133 ocorre depois da morte, em 2012, de sua avó Nélida Gómez de Navajas, que foi secretária da organização.
*Com informações da AFP
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