Bebê de dez meses, primeiro infectado por poliomielite em Gaza desde 1999, corre risco de vida

ONU diz que surto de poliomielite na região ‘não fará distinção entre crianças palestinas e israelenses’ e sugere pausa no conflito para vacinação

  • Por Jovem Pan
  • 23/08/2024 08h50
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Omar AL-QATTAA/AFP Paramédicos carregam um corpo do local de um ataque israelense O chefe da UNRWA fez um apelo por uma pausa humanitária nos combates

O bebê de 10 meses infectado com poliomielite na Faixa de Gaza, o primeiro caso em 25 anos, já está com o corpo paralisado e sua vida corre perigo, segundo informou nesta sexta-feira (23) a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA). “É uma notícia muito triste. A poliomielite não fará distinção entre crianças palestinas e israelenses”, afirmou na rede social X (antigo Twitter) o secretário-geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, sobre a rápida propagação da doença devido à falta de higiene e saneamento no enclave. O chefe da UNRWA fez um apelo por uma pausa humanitária nos combates para que todas as crianças com menos de dez anos de idade na Faixa de Gaza pudessem ser vacinadas.

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“Atrasar uma pausa humanitária aumentará o risco de propagação entre as crianças”, alertou. Lazzarini ressaltou que não basta levar vacinas para Gaza e proteger a cadeia de frio; mas que estas devem chegar a todas as crianças e que são necessárias condições seguras para que as equipes médicas da UNRWA possam distribuí-las. Desde o início da guerra, a UNRWA conseguiu vacinar 80% das crianças de Gaza contra diferentes doenças infantis, embora seja agora necessária uma campanha de imunização contra o poliovírus, depois de o Ministério da Saúde do enclave ter confirmado o primeiro caso há uma semana, em um bebê não vacinado.

No último dia 19 de julho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou a descoberta do poliovírus em seis das sete amostras ambientais coletadas em Gaza em junho, aumentando o receio de um surto no enclave, onde a escassez de produtos de limpeza e higiene, a aglomeração da população e a contaminação e escassez de água como resultado da guerra incentivam a propagação de doenças. Desde então, a OMS, a UNRWA e o UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) fazem um apelo público para convocar uma trégua de sete dias no final de agosto em Gaza para permitir a realização da campanha de vacinação de mais de 640 mil menores em dois lotes. Além da poliomielite, há na Faixa de Gaza uma elevada incidência de doenças infecciosas da pele, bem como diarreia e um surto com mais de 40 mil casos de hepatite A.

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*Com informações da EFE
Publicado por Marcelo Bamonte

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