Beirute, capital do Líbano, registra segundo dia consecutivo de protestos
Segundo agências internacionais, os ministros da Informação e do Meio Ambiente deixaram seus cargos e meio aos protestos no país
Milhares de pessoas se reúnem neste domingo pelo segundo dia seguido na Praça dos Mártires no centro de Beirute, protestando contra a explosão na zona portuária que devastou parte da capital do Líbano na última terça-feira. Os manifestantes atiraram pedras e entraram em confronto e com as forças de segurança nas proximidades do Parlamento. Os agentes usaram gás lacrimogêneo contra os manifestantes. Em publicação no Twitter, as Forças de Segurança Interna afirmaram que “não aceitarão” que seus membros sejam expostos a “agitação crescentes e ataques contínuos.”
Neste sábado, milhares de pessoas se manifestaram em Beirute para exigir a renúncia de todos os líderes políticos, a quem acusam de negligência após a megaexplosão que deixou pelo menos 158 mortos e mais de 5 mil feridos. Os manifestantes também culpam o governo pela grave crise econômica que o país enfrenta. Em meio aos protestos, a a ministra da Informação do Líbano, Manal Abdel Samad, deixou o cargo. Segundo agências internacionais, o ministro do Meio Ambiente, Damianos Kattar, também renunciou.
Os protestos de sábado também terminaram em confrontos com a polícia, com saldo de 250 feridos, segundo a Cruz Vermelha libanesa. Hoje, a Cruz Vermelha afirmou que 65 pessoas tiveram que ser transferidas para hospitais e 185 foram tratadas no local. Além disso, um agente de segurança morreu no hotel Le Gray, na Praça dos Mártires, epicentro dos protestos que abalaram o Líbano desde outubro do ano passado e que se reacenderam após a explosão da semana passada.
Em conferência com outros chefes de Estado, o presidente do Líbano, Michel Aoun, afirmou que as causas da explosão serão investigadas e que “ninguém está acima da lei”. Aoun também prometeu combater a corrupção e empreender reformas após a destruição, em uma tentativa de responder ao cenário de tensão instaurado no país. Na última sexta-feira, o presidente libanês chegou a dizer que a tragédia pode ter sido causada “por intervenção externa”, citando a hipótese de “um míssil”. O Hezbollah negou “completa e categoricamente” qualquer envolvimento com o incidente.
*Com informações da Agência EFE
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