Biden diz que protestos em Cuba são ‘pedido de liberdade’ e ONU defende manifestantes

Norte-americano afirmou que governo precisa respeitar ‘direitos universais’ dos cidadãos enquanto presidente Miguel Díaz-Canel negou qualquer tipo de repressão

  • Por Jovem Pan
  • 12/07/2021 14h44 - Atualizado em 12/07/2021 15h56
EFE/EPA/Pete Marovich / POOL O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, com a mão no queixo e olhar distante Biden defendeu direito de manifestação de cubanos

Em nota divulgada pela Casa Branca nesta segunda-feira, 12, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, comentou as manifestações registradas em Cuba no fim de semana, pediu que os protestos pacíficos fossem respeitados pelo governo e clamou pelos “direitos universais” daqueles que foram às ruas. “Os Estados Unidos apelam ao regime cubano para que escute seu povo e sirva suas necessidades neste momento chave, em vez de enriquecer a si próprios”, disse o comunicado divulgado pelo democrata. Além de Biden, a Organização das Nações Unidas (ONU) também se posicionou em defesa de manifestantes no país. Em coletiva de imprensa, o porta-voz da organização, Farhan Haq, afirmou que as manifestações da população precisam ser respeitadas. “Estamos, simplesmente, observando o que acontece e queremos que os direitos básicos das pessoas sejam respeitados”, pontuou. Ele também comentou os ataques sofridos por jornalistas nas manifestações e frisou a importância da imprensa livre e sem repressão.

Um dos profissionais feridos após repressão policial foi o fotógrafo espanhol Ramón Espinosa, da agência de notícias americana “Associated Press” (AP), que foi atacado por uma brigada governamental e precisou passar por uma cirurgia de reconstrução nasal. Vídeos divulgados nas redes sociais mostram como a polícia e agentes de segurança reprimiram violentamente os manifestantes no domingo, que em muitos casos ficaram feridos, e em um deles aparece um homem fardado abrindo fogo com sua pistola no meio da rua. Apesar das evidências, o presidente do país, Miguel Díaz-Canel, negou em pronunciamento veiculado nesta segunda-feira que os protestos tenham sido reprimidos. “Eles já sugeriram que em Cuba nós reprimimos, assassinamos. Onde estão os assassinatos cubanos? Onde está a repressão cubana? Onde estão os desaparecidos em Cuba?”, questionou.

Os manifestantes que foram às ruas de Havana e outras cidades no fim de semana pediam “liberdade” e “abaixo à ditadura”, além de protestarem contra a crise econômica e sanitária. Confrontos com as forças de Segurança no Parque da Fraternidade, onde mais de mil pessoas se reuniram diante da forte presença de militares e policiais, foram registrados e, de acordo com jornalistas presentes no local, muitas pessoas foram presas. A presença de grupos organizados de apoiadores do governo, que gritaram “Eu sou Fidel” ou “Canel, meu amigo, o povo está contigo”, em alusão ao presidente Miguel Díaz-Canel, também foi registrada na região. O protesto foi considerado como histórico, já que esta é a primeira vez que um grande grupo de cubanos sai às ruas para protestar contra o governo desde a crise econômica de 1994.

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