Biden diz que situação da Covid-19 nos EUA ‘vai piorar antes de melhorar’

Presidente eleito reiterou que a distribuição da vacina no país foi um ‘fracasso retumbante’, mas prometeu conseguir a aplicação de 100 milhões de doses nos primeiros 100 dias de seu mandato

  • Por Jovem Pan
  • 15/01/2021 21h54 - Atualizado em 15/01/2021 21h58
EFE Biden assumirá a presidência na próxima quarta-feira, 20

O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, disse nesta sexta-feira, 15, que o país ainda está passando por um “inverno muito sombrio” por causa da pandemia da Covid-19 e advertiu que a situação vai “piorar antes de melhorar”. Biden fez um pronunciamento em Wilmington, no estado de Delaware, onde vive, um dia depois de apresentar o chamado “Plano de Resgate Americano”, de US$ 1,9 trilhão, para ser aplicado no combate à crise do coronavírus e em ações de estímulo à economia do país.

“Ainda estamos em um inverno muito sombrio. As taxas de infecção aumentaram em 34%, e mais pessoas estão agora em hospitais por causa da Covid do que nunca”, afirmou Biden, que assumirá a presidência na próxima quarta-feira, 20. O político do Partido Democrata destacou que nos Estados Unidos há uma média diária “entre 3 mil e 4 mil mortes” e que o país se aproxima “do marco fatal de 400 mil mortes”. De acordo com a contagem independente da Universidade Johns Hopkins, o país é o mais afetado pela pandemia em todo o mundo, com 23,4 milhões de contágios e 391.098 mortes.

Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), órgão do governo americano, advertiram hoje que uma variante muito mais contagiosa do coronavírus, identificada pela primeira vez na Grã-Bretanha, pode se propagar rapidamente nos EUA e se tornar o vetor dominante de infecção dentro de dois meses. Estas projeções são especialmente preocupantes para lares de idosos e hospitais, muitos dos quais já estão operando na capacidade máxima ou perto dela. “Quero enfatizar que estamos profundamente preocupados que esta linhagem se torne mais transmissível e possa acelerar os surtos nos Estados Unidos nas próximas semanas”, afirmou Jay Butler, Diretor Adjunto de Doenças Infecciosas dos CDC. “Pedimos às pessoas que percebam que a pandemia não acabou e que não é hora de jogar a toalha”, acrescentou. Biden, por sua vez, citou as famílias que perderam um ente querido e disse que compartilha “a frustração que todos nós sentimos”, porque, “quase um ano depois, ainda estamos longe de voltar ao normal”.

O presidente eleito reiterou que a distribuição da vacina nos EUA foi um “fracasso retumbante”, mas prometeu conseguir a aplicação de 100 milhões de doses nos primeiros 100 dias de seu mandato. “Estou convencido de que podemos fazê-lo”, frisou. Biden garantiu que, uma vez empossado, trabalhará imediatamente com os estados para imunizar os grupos de maior prioridade e tratar a lacuna de distribuição que está ocorrendo com a abertura de mais locais de vacinação. “Há dezenas de milhões de doses não utilizadas em um freezer, enquanto as pessoas que querem e precisam da vacina não conseguem obtê-la”, afirmou. O democrata também prometeu que após seu primeiro mês no cargo haverá 100 centros de imunização espalhados por todo o país em ginásios escolares, estádios e centros comunitários, e que serão disponibilizadas clínicas móveis para atender comunidades de difícil acesso.

* Com EFE

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