Brasil se abstêm de votação no Conselho de Segurança da ONU e não condena anexações russas na Ucrânia
Rússia votou contra e vetou a resolução mesmo com os 10 votos a favor; representante de Putin disse que referendos ‘cumpriram as normas e os princípios da legislação internacional’
A Rússia vetou no Conselho de Segurança da ONU a resolução de condenação dos referendos de anexação. Brasil, China, Gabão e Índia se abstiveram da votação que contou com 10 votos a favo e um contra (da Rússia). A resolução condenava “os referendos ilegais”, que “não têm validade” e “não podem formar a base de nenhuma alteração do status destas regiões”, incluindo “qualquer pretensa anexação”, e pedia que a Rússia “retire imediatamente, completamente e sem condições todas as suas forças militares” da Ucrânia. O representante russo, Vassily Nebenzia, considerou a condenação uma “ação hostil do Ocidente” e uma “provocação”, e assegurou que os referendos “cumpriram as normas e os princípios da legislação internacional”. O texto agora seguirá agora para a Assembleia Geral da ONU, onde não há direito a veto, diferentemente do Conselho de Segurança, onde cinco membros permanentes – Rússia, China, Estados Unidos, França e Grã-Bretanha – dispõem desta prerrogativa.
Nesta sexta, a Rússia anexou quatro regiões parcialmente ocupadas na Ucrânia: Kherson, Donestk, Luhansk e Zaporizhia. Juntas elas representam cerca de 15% do território ucraniano. Em uma cerimônia realizada no Krenlim, ele disse que os moradores dessas regiões fizeram suas escolhas. Durante sua fala, o Vladimir Putin falou que “os moradores dessa região vão se tornar russos para sempre”. Essa é a maior anexação desde a Segunda Guerra Mundial. “As pessoas foram retiradas da sua pátria natal quando a União Soviética acabou”, disse Putin retomando a referência ao bloco comunista. Diante de sua nova jogada na guerra que já está em seu sétimo mês, o russo disse estar pronto para conversar com a Ucrânia e pediu que o país respeite a decisão do povo. Com o resultado, o líder russo, que já tinha ameaçado utilizar armas nucleares para defender seu território, fica livre para usar esses recursos caso a Ucrânia tente recuperar as regiões.
*Com informações da AFP
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