Canadá destinará bilhões de dólares a crianças indígenas discriminadas

Ação de reparação leva em conta que crianças indígenas tiveram menos serviços financiados pelo governo que crianças não-indígenas

  • Por Jovem Pan
  • 15/12/2021 01h57
EFE / EPA / NATIONAL CENTER FOR TRUTH AND RECONCILIATION Escola Residencial Indígena Kamloop Canadá viveu escândalo em 2021 quando centenas de corpos de crianças indígenas foram encontrados em valas comuns de escolas confessionais

O Canadá anunciou nesta terça, 14, que irá destinar 40 bilhões de dólares canadenses (cerca de R$176 bilhões) para indenizar crianças indígenas que sofreram discriminação em abrigos, em um reajuste fiscal decorrente de uma recuperação econômica mais rápida do que o esperado após a recessão da pandemia. O dinheiro foi reservado para resolver uma ação judicial que concluiu que o governo havia financiado menos serviços para crianças indígenas em comparação com as crianças não indígenas. A ministra das Finanças, Chrystia Freeland, anunciou que metade dos fundos iria para a compensação de crianças e suas famílias e a outra metade para uma reforma no sistema. “Sabemos que pagar nossa dívida histórica com os povos indígenas é primordial e que devemos agir para garantir que essas injustiças não voltem a acontecer”, declarou Freeland.

Em 2019, um tribunal ordenou que o governo pagasse 40 mil dólares canadenses por cada menor de idade separado de sua família e enviado para lares fora de sua comunidade indígena. O governo do Canadá pediu a um tribunal federal de apelações em setembro que revertesse a decisão, enquanto buscava um acordo negociado. Essas conversas ainda estão em andamento. Nesse contexto, as descobertas de mais de 1.300 túmulos não identificados em antigos internatos indígenas, onde muitos alunos sofriam de desnutrição e abusos, impulsionaram a reconciliação com a população indígena do Canadá, estimada em 1,7 milhão de pessoas. “Dinheiro não significa justiça. No entanto, indica que estamos no caminho da cura”, disse a chefe nacional da Assembleia das Primeiras Nações, RoseAnne Archibald, sobre a indenização concedida.

*Com informações da AFP

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