Cazaquistão confirma ‘dezenas’ de manifestantes mortos e mais de 2 mil detidos em protestos

Após dias de caos, com prédios públicos invadidos e incendiados, país anunciou a instauração de limite para preços de venda de combustíveis por seis meses

  • Por Jovem Pan
  • 06/01/2022 10h54 - Atualizado em 06/01/2022 10h56
Ruslan PRYANIKOV / AFP multidão de pessoas no cazaquistão Pelo menos 2 mil pessoas foram detidas em protestos no Cazaquistão

Autoridades do Cazaquistão confirmaram nesta quinta-feira, 6, que dezenas de manifestantes morreram após confrontos com policiais durante protestos contra o aumento do preço do gás, que ocorrem desde o domingo, 2, e chegaram ao ápice nesta quarta, 5, quando prédios públicos foram invadidos e incendiados em várias cidades do país. “Dezenas de agressores foram liquidados”, afirmou a porta-voz da polícia, Saltanat Azirbek, em pronunciamento oficial. De acordo com a imprensa local, o termo “liquidado” é comumente usado no país para se referir à morte de pessoas extremistas, como terroristas. Além das dezenas de manifestantes mortos, pelo menos 12 policiais foram assassinados e mais de 300 ficaram feridos. O país está em estado de emergência desde quinta-feira e serviços de internet e telefone apresentam instabilidade, alvo de críticas por parte dos participantes do protesto.

Além da falta de conectividade, todas as instituições financeiras do país tiveram atividades suspensas, um toque de recolher foi anunciado e o presidente Kasim-Yomart Tokayev aceitou a renúncia do primeiro-ministro Askar Mamin, nomeando um novo nome para o cargo. O preço do urânio, um dos produtos mais exportados pelo país da Ásia Central, subiu por causa da convulsão social e Tokayev deu declarações públicas afirmando que as manifestações foram lideradas por gangues terroristas treinadas no exterior. As cotações de empresas nacionais despencaram na Bolsa de Valores de Londres. Após a repercussão internacional, reação dos Estados Unidos e das Nações Unidas e o envio de tropas russas à região para lidar com as manifestações, o país anunciou que vai impor um limite para os preços de venda de combustíveis por seis meses em busca da “estabilização da situação socioeconômica” da região.

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