Cerca de 57% dos ucranianos são a favor de negociações com a Rússia, segundo pesquisa

Por outro lado, 38% da população é contrária a entrar em negociações com o inimigo; pesquisa foi realizada por Instituto Internacional de Sociologia de Kiev, financiado pelos EUA e Suécia

  • Por Marcelo Bamonte
  • 02/08/2024 12h33
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Genya SAVILOV / AFP zelensky entrevista coletiva Zelensky anunciou que apresentará, antes do final do ano, um plano de paz

Um percentual de 57% dos ucranianos acredita que seu país deveria começar a negociar com a Rússia para acabar com a guerra causada pela invasão iniciada pelo Kremlin, segundo os resultados de uma pesquisa publicada nesta sexta-feira (2). Por outro lado, a pesquisa, realizada em maio pelo Instituto Internacional de Sociologia de Kiev e financiada pela cooperação dos Estados Unidos e da Suécia, aponta que 38% da população é contrária a entrar em negociações com o inimigo. Esta é a primeira sondagem publicada desde o início da guerra em que a maioria dos ucranianos se mostra a favor da abertura de negociações para acabar com o conflito. Ao mesmo tempo, 66% dos entrevistados declararam que a Ucrânia deve recuperar todos os seus territórios, incluindo a Crimeia e as áreas nas regiões orientais de Donetsk e Lugansk, onde os rebeldes pró-Rússia declararam repúblicas independentes em 2014, quando a Rússia anexou a referida península no Mar Negro.

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Além disso, 74% e 76% rejeitam, respectivamente, que a Ucrânia desista das suas aspirações de aderir à OTAN e à União Europeia (UE) no âmbito de um hipotético acordo de paz com a Rússia. A pesquisa foi realizada por telefone entre os dias 8 e 25 de maio com mais de 2.500 adultos residentes em territórios ucranianos sob o controle do governo de Kiev, cujos números de telefone foram escolhidos aleatoriamente. A possibilidade de uma negociação com a Rússia ganhou força no discurso oficial em Kiev e nas conversas públicas ucranianas, no contexto dos avanços limitados, mas constantes da Rússia na frente de batalha e da falta de perspectivas aparentes de que o Exército ucraniano possa reverter essa situação.

O presidente Volodymyr Zelensky e o seu ministro das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, mantiveram contatos diretos e públicos nas últimas semanas com vários líderes que defendem a negociação para acabar com a guerra o mais rapidamente possível, como o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, e o candidato à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump. Zelensky anunciou que apresentará, antes do final do ano, um plano de paz detalhado que poderá ser apresentado à Rússia após receber o apoio da comunidade internacional.

*Com informações da EFE

Publicado por Marcelo Bamonte

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