Chanceler uruguaio diz que Bolsonaro é alvo de ‘estigma’ em relação à política ambiental

Francisco Bustillo esteve em reunião em Bruxelas, na Bélgica, para discutir acordo entre União Europeia e Mercosul

  • Por Jovem Pan
  • 05/12/2020 18h59
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Leopoldo Rodríguez/EFE Uruguai ocupa a presidência rotativa do Mercosul

O ministro das Relações Exteriores do Uruguai, Francisco Bustillo, saiu em defesa do presidente Jair Bolsonaro durante reunião em Bruxelas, na Bélgica, sobre o possível acordo entre a União Europeia e o Mercosul. Bustillo, cujo país ocupa a presidência rotativa do grupo até 31 de dezembro, está no país para uma visita de três dias que visa contribuir para um final feliz ao longo processo de negociação. A política ambiental brasileira, no entanto, tem sido motivo de entrave para a ratificação do acordo comercial entre o bloco e o Mercosul. “Estamos negociando há 20 anos. São 20 anos, algo assustador só de pensar”, disse o chanceler em entrevista à Agência EFE.

Para o chanceler uruguaio, não há dúvida de que este é um “esplêndido acordo para ambas as partes”, especialmente para a UE, que segundo ele teria “as maiores vantagens”. Ele rechaçou completamente as dúvidas sobre questões ambientais ou de desenvolvimento sustentável manifestadas por países como França, Holanda, Áustria e Bélgica para não ratificarem o acordo. O último obstáculo para o processo veio do Parlamento Europeu, que em outubro aprovou uma resolução deixando clara sua rejeição ao acordo, devido à política ambiental do governo Bolsonaro. O chefe da diplomacia uruguaia respondeu que a defesa do meio ambiente “não é patrimônio da UE, pelo contrário, sempre foi nosso patrimônio para algo que é conhecido como o continente verde”, ressaltou. Como exemplo, ele argumentou que “98% da matriz energética do Uruguai é renovável”, enquanto na UE “nenhum país ultrapassa 15%”. “Podemos mostrar números ambientais esplêndidos, ainda melhores do que alguns dos países da UE”, afirmou. Bustillo também refutou uma “estigmatização” de Bolsonaro por sua política na Amazônia. Para o chanceler, o governo brasileiro tem feito “muitos esforços para melhorar a situação” na região e realizou “um grande florestamento” no Rio Grande do Sul.

*Com informações da EFE

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