Cientista político é preso por espionar Alemanha a pedido da China
Homem de 75 anos teria passado quase uma década trocando informações com chineses em troca de dinheiro e custeio de viagens ao país asiático
Um cientista político aposentado foi preso na Alemanha nesta terça-feira, 6, por suspeita de espionar o país europeu a pedido da China por pelo menos 10 anos. Identificado apenas como Klaus R., o homem de 75 anos teria sido recrutado pelo serviço de inteligência chinês durante uma viagem acadêmica à Universidade Tongji, em Xangai, no ano de 2010. Ele receberia dinheiro em troca de informações e teria as idas à China pagas pelo governo do país até o ano de 2019. Em comunicado à imprensa, a Procuradoria-geral da Alemanha informou que o cientista foi coordenador da Fundação Hanns Siedel, em Munique, no ano de 2001 e em seguida criou o Instituto de Estudos Transnacionais da Alemanha. Os espaços são conhecidos como “laboratório de ideias” e associados ao partido União Social-Cristã na Baviera, coligado com o partido União Democrática Cristã, da chanceler Angela Merkel. A suspeita é de que ele tenha se aproveitado das instituições para fazer contatos importantes com políticos locais.
O homem já tinha sido detido em junho de 2020 por suspeita de envolvimento com a China, mas teve a prisão preventiva decretada apenas nesta terça. A defesa do cientista político teria sustentado que o acadêmico trabalhou por quase 50 anos como agente infiltrado do Serviço Federal de Inteligência da Alemanha e teria até mesmo informado aos chefes diretos no país europeu sobre a tentativa de abordagem da inteligência chinesa. Na ocasião, ele teria sido instruído a “ver o que os chineses queriam”. Uma das tarefas dadas ao cientista seria colocar um equipamento para transmitir comunicações encriptadas do Congresso Mundial Uigur, localizado em Munique, para o país oriental, algo que foi negado por ele. Agora, Klaus L. deve ser julgado antes de receber uma sentença.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.