Dólar sobe com mercados fechados nos EUA e ruído político; Bolsa recua

Câmbio avança 0,7% e é cotado a R$ 5,08; Ibovespa retrai 0,5%, aos 126.920 pontos

  • Por Jovem Pan
  • 05/07/2021 17h38
Adriana Toffetti/Estadão Conteúdo Mão segura notas de dólar Brasil e os Estados Unidos firmaram acordo e prometeram reduzir barreiras não tarifárias no comércio bilateral

Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro fecharam nesta segunda-feira, 5, no campo negativo com os ruídos políticos em Brasília e sem operações nos Estados Unidos. O dólar fechou com alta de 0,68%, cotado a R$ 5,088. O câmbio chegou a bater a máxima de R$ 5,093, enquanto a mínima não passou de R$ 5,047. A divisa norte-americana encerrou a semana passada com leve alta de 0,16%, a R$ 5,053. O Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, fechou com queda de 0,55%, aos 126.920 pontos, devolvendo a maior parte dos ganhos de sexta-feira, 2, quando encerrou com alta de 1,56%, aos 127.621 pontos.

O fechamento dos mercados nos EUA por causa do Dia da Independência tirou grande parte da liquidez das Bolsas ao redor do mundo. Ainda no cenário internacional, investidores continuaram analisando o avanço de novas cepas do coronavírus e o impacto na retomada da economia mundial. No âmbito doméstico, o humor do mercado foi pressionado por novos ruídos políticos em Brasília com a divulgação de áudios indicando a participação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em um esquema de retenção de parte dos salários de assessores quando atuava como deputado federal. Segundo reportagem do site UOL, um dos cunhados do então deputado chegou a ser demitido por não fazer o repasse exigido dos valores. Em nota, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) negou qualquer irregularidade na família.

Na agenda de índices, o mercado financeiro voltou a revisar para cima as previsões para a inflação e o crescimento econômico em 2021, ao mesmo tempo que reduziu a projeção para o câmbio. Dados do Boletim Focus divulgados nesta segunda-feira mostraram que a estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu de 5,97% para 6,07%. A expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) foi alterada para alta de 5,18%, ante estimativa de 5,05% na semana passada. As fontes do Banco Central reduziram a projeção do câmbio para R$ 5,04. Na edição anterior, a pesquisa apontava para a cotação de R$ 5,10 ao fim de 2021.

Ainda na pauta doméstica, a Petrobras anunciou novos aumentos nos preços da gasolina, do diesel e do gás de cozinha cobrados das refinarias. Os valores valem a partir desta terça-feira, 5. A gasolina sofrerá reajuste de 6,3%, passando de R$ 2,53 o litro para R$ 2,69 (alta de R$ 0,16). Já o diesel terá acréscimo de 3,7%, de R$ 2,71 o litro para R$ 2,81 (alta de R$ 0,10). O Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), popularmente conhecido como gás de cozinha, sofrerá reajuste de 5,9%, passando de R$ 3,40 para R$ 3,60 o quilo (alta de R$ 0,20). O aumento eleva o preço do botijão de 13 quilos de R$ 44,20 para R$ 46,80. Este é o primeiro reajuste nos combustíveis desde que o general Joaquim Silva e Luna assumiu o comando da estatal, em abril. Desde o início do ano, a gasolina acumula aumento de 46%, enquanto o diesel soma alta de 39%, e o gás de cozinha, 38%.

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