Cientistas criam medicamento para combater coronavírus

  • Por Jovem Pan
  • 05/03/2020 10h24
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EFE/EPA/MARCO LEZZI Caso apresentem resultados positivos, o tratamento será testado em outros animais antes de administrá-lo às pessoas

Um grupo de cientistas da Catalunha criou um medicamento para ajudar no combate ao novo coronavírus. A expectativa é que os primeiros compostos sejam testados em laboratório a partir de abril. Antes disso, quatro anticorpos serão testados em animais.

Segundo um investigador do Icrea, instituição catalã de pesquisa e estudos avançados, foram usados estudos anteriores para identificar o possível medicamento. “Durante a epidemia de ebola na África Ocidental, desenvolvemos métodos computacionais para desenvolver terapias baseadas na informação do genoma do vírus. No entanto, a epidemia foi resolvida antes das terapias serem aplicadas. Assim que o genoma do novo coronavírus foi publicado [em 10 de janeiro], pensei que era hora de tirar proveito de todo o trabalho que tínhamos feito.”

Os tratamentos estão sendo desenvolvidos graças a uma parceria entre três instituições científicas, que conta com o apoio da multinacional farmacêutica Grifols. O Barcelona Supercomputing Center (BSC), um centro espanhol de investigação e o instituto IrsiCaixa.

Em teleconferência realizada entre os investigadores da IrsiCaixa e os institutos de Marselha, na França, e Munique, na Alemanha, foi estabelecida uma colaboração internacional para acelerar o desenvolvimento de medicamentos e vacinas. O objetivo é apresentar o projeto à Iniciativa sobre Medicamentos Inovadores (IMI), da Comissão Europeia, que este mês vai destinar 30 milhões de euros para projetos de pesquisa sobre o Covid-19.

O plano de trabalho pressupõe a criação física dos anticorpos no IrsiCaixa a partir dos dados de bioinformática fornecidos pelo BSC. Além disso, estão sendo ser criados quatro anticorpos que estarão disponíveis para ique sejam iniciados os ensaios em culturas de células dentro de quatro a seis semanas. Desses anticorpos, serão escolhidos os que demonstrarem maior eficácia e depois testados em animais.

“Os anticorpos têm a vantagem de ter efeito duradouro, portanto, uma única injeção deve ser suficiente para tratar uma infeção aguda”, explicou Nuria Izquierdo-Useros, a investigadora que irá testar os quatro anticorpos em culturas de células. Caso apresentem resultados positivos, o tratamento será testado em outros animais, de modo a verificar a sua eficácia e segurança antes de administrá-lo às pessoas.

A longo prazo, a parceria entre o BSC, o IrsiCaixa e o CreSA pretende também desenvolver uma vacina contra o novo coronavírus.

*Com informações da Agência Brasil.

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